segunda-feira, 13 de março de 2006

O medo invisivel, que me suga por dentro...



Uma noite mesmo mal dormida, sem posição e sem capacidade para adormecer. A mente a fervilhar com um nervoso miudinho, numa atitude depressiva. O aconchego dos lençóis não me dava a segurança necessária para uma noite tranquila, uma boa noite de sono. O saber que teria de acordar cedo, aliado a uma insónia invulgar, deixou-me num profundo estado de desespero. Um sonho em fazer o tempo voltar a trás e de seguir em frente. Tive um pesadelo, o que é inédito. Acordei a dormir, com uns espasmos, o corpo suado e olhos bem abertos, olhando o vazio. O vazio interior, um olhar transparente e um nó no estômago, que me esmagava as entranhas. Uma vontade de gritar, de fugir dali, daquela cama que me oprimia. A minha mente era um espelho, que intermitentemente, ia reflectindo os meus medos e receios, que me deixaram espalmado de braços abertos, abraçando a escuridão. Inquieto e em desespero. Um pesadelo sádico do qual me sentia vitima.

Os coelhos voltaram, desta vez de um modo completamente diferente do habitual, pulando no meu pensamento, escurecendo-o, enchendo-o de fantasmas, de uma sensibilidade esmagadora, roendo as linhas dos sonhos, tornando-as ténues e frágeis, deixando-me desamparado e amarrado num estado de espirito desgovernado e perdido.
Parti no sonho, em busca de razões para não desistir. Aqueles seres felpudos que me invadiram a alma, tornado-a pesada. Não os consegui agarrar. Estaria a sonhar? Se sim, qual o seu significado, a sua razão? Poderão eles mudar a minha vida, indicar o meu lugar, o rumo do meu destino, porém já escrito e delineado? Não sei... Deixei-me ir...