terça-feira, 27 de novembro de 2007

O Regresso ao Café Caçador Parte II, Capítulo 1



Trata-se de um lugar nada convencional. Embora possua mesas, fregueses e um balcão, não se trata de um simples botequim! Uma abominação que visa provocar sensações distintas a quem lá passa, em todas as suas variantes, do mais tradicional às novas (antigas) tendências. Possui como principal objectivo proporcionar um poiso a criaturas esquivas, dotadas de estranhas pilosidades faciais, categoria na qual orgulhosamente me incluo.
Jesus ama todos nozes (castanhas)!









Noite de Nostalgia







segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Os marmanjos em volta do fogaréu

E lá passou mais uma noite, na orla do bosque que circula aquela lareira, labaredas encostadas aos bigodes, cheiro a castanhas a entranhar-se nas roupas, conversas parvas e inconsequentes a preencher o ar gélido que penetrava através de uma teimosa frincha. A gastar o tempo, apanhando com fumo nas ventas e aturando as discussões entre o Jorge e o Edgar, tragando um copo de um qualquer liquido reconfortante...
O Porco Vadio



Fui resgatado mesmo a tempo pelo Jorge, que penetrou através das labaredas dos bidons incandescentes que soltavam fagulhos gigantes e das cervejas bem geladinhas que deslizavam garganta abaixo. Tudo isto após ter descascado um sem número de castanhas impregnadas de larvas, esperando desse modo poder mordiscar um pouco do porco vadio, animal de porte mediano, com um alto teor de estupidez. Rebelde e mordaz nas suas palavras, boémio por natureza. Não cheguei a ver o porco, ficando sem saber (graças ao fabuloso resgate perpretado pelo Zé Jorge) se seria eu que estava na ementa, o que me estranha - não a parte do porco, mas sim a do vadio - pois já passei essa fase, pois agora dou preferência a ficar bem instalado minha casinha, aconchegado por umas belas pantufas... em vez de ir emborcar bagaço...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Playlist desta semana



Helen Stellar - Io (This Time Around)
The Hollies - Jesus Was A Crossmaker
Elton John - My Father's Gun
The Organ - A Sudden Death
The Band - Mystery Train
The Organ – Brother
King Diamond - Black Horsemen
Spin Doctors - Jimmy Olsen's Blues
Alice Cooper - Generation Landslide
Sonic Youth - Rain King
Rachael Yamagata - Be Be Your Love
Pink – Dear Mr. President
Tegan & Sarah - Walking With A Ghost
The Shins – Caring Is Creepy
Jefferson Airplane - Somebody to Love
From Autumn to Ashes - Chloroform Perfume
GNR – Cais
Tindersticks - Travelling Light
Massive Attack - Inertia Creeps
Gorillaz - M1 A1
Morphine - Early to Bed
Dogs Die In Hot Cars - I Love You Cause I Have To
Cornershop - Norwegian Wood [This Bird Has Flown]
Mad Season - River of Deceit
Cher - Walking In Memphis
Kiss - Rock and Roll All Night
The Smashing Pumpkins – Drown
Couves com peixe no video clube sem cuecas. Então não!
Sem querer enfrentei o meu medo! Penetrei no Café Caçador

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Mais dois inquilinos descarados



Justamente na hora em que cheguei a acordo com o coelho de peluche sobre a ocupação do quarto (por acordo das três partes envolvidas a cama propriamente dita fica para mim e para a Mogambília, ficando ele com a cabeceira) me apareceram mais dois bonecos idiotas (o Stan e o Zorgon o Ovelha Destemido) reivindicando lugar na cama. Ok, admito que para o caro leitor tudo isto parecerá absurdo, mas na minha casa este tipo de situações são completamente banais. Os bonecos em causa, bem como o coelho atrás referido seguiram-me desde a casa dos meus pais até à humilde barraca onde agora vivo. Na residência anterior nunca demonstraram qualquer atitude mais fora do normal, só que agora exaltam-se, barafustam e reclamam por tudo e por nada.
Mais uma vez, após intermináveis negociações chegamos a acordo, tendo eu de abdicar de um punhado de sementes de abóbora e de três iogurtes (exigência feita pelos malvados) para os convencer de que a bordadura da janela seria por excelência o habitat perfeito para eles.
O meu maior medo é que apareça na minha casa a Diana, boneca que desde tenra idade me persegue… Chica!
A conspiração da palhinha



O drama tem vindo a pautar a minha existência enquanto descendente do macaco. O último está relacionado com a funcionária da limpeza, que durante a minha ausência procede à ingrata tarefa de limpar o meu gabinete. Gosto da sensação de lá chegar e constatar que alguém limpou o rasto de imundice por mim traçado. Só que esta semana tenho vivido um profundo tormento. No inicio da semana deixei na minha secretária um belo exemplar de pacote de leite achocolatado, cuja palhinha, ser frágil e desprotegido, caiu no abismo profundo, ficando alojada bem no meio do chão, ficando lá esquecida, até que a casta funcionária a enviou para o lixo auxiliada por uma eficaz varredura, incapacitando-me de bebericar o tão desejável liquido de tom acastanhado com o sabor exótico do chocolate. Quando no dia seguinte me preparava para degustar o pacotinho de leite constatei de novo a ausência da dita palhinha, instalando-se o pânico no meu retorcido intelecto. A solução por mim encontrada foi a de comprar um outro pacote de leite, bebe-lo e guardar a palhinha, permitindo-me assim beber o pacote original na manhã seguinte. Um susto de morte petrificou o meu semblante parvo ao reparar na ausência da… palhinha!
E assim vai a minha vida, agitada como o caraças…
As peúgas malaicas e teimosas



A Mogambília arreganhou os dentes e proferiu: Vês aquelas meias? São para dobrar e arrumar! Ao que respondi prontamente, enquanto palitava um dente: E quê? Tás à espera que elas se arrumem sozinhas? Foi aí que a porca torceu o rabo, o olhar lançado por ela; repleto de fagulhas flamejantes que me fez recuar e arrepender de tal ousada resposta. Baixei a cabeça, coloquei o rabo entre as pernas e lá fui, mudo e calado, em direcção ao estendal. Uma a uma as meias foram-se aglomerando.
Nunca na minha vida tinha estado tanto tempo frente a frente com as meias. Desde sempre que as uso, sim senhor, mas nunca parei para pensar nelas, mas sim, no quentinho que elas me proporcionam, dando mais importância às suas familiares: as cuecas. Com tudo isto entendo esta situação como o pagamento vingativo por ter ignorado estas criaturas felpudas.



Nesse mesmo dia aprendi a arte de dobrar as meias. Empreitada ingrata esta, a de dobrar meias! Vi-me forçado a pedir amparo à criatura que me tinha impingido tão execrável tarefa, miséria, foi o que foi; senti-me de volta ao ensino primário, sentado num daqueles minúsculos bancos, sentindo-me completamente estúpido face à minha incapacidade inata de dobrar as ditas peúgas! E ela, orgulhosamente a ostentar um riso cadavérico com um quê de canalhice. E ela lá me ensinou a arte de dobrar meias. O processo de aprendizagem tem sido duro e preenchido de processos tentativa/erro, onde de modo tosco lá as vou dobrando!

Para já o que me vai safando é esta informação, retirado do Google:

Como dobrar meias em 4 passos:
1. Pôr a meia do direito.
2. Mão dentro da meia.
3. Com essa mão prender um bocadinho do calcanhar.
4. Com a outra mão, agarrar na parte do elástico e passar para o outro lado.
(a mão que estava dentro da meia, miraculosamente, fica cá fora!)

Depois é colocar uma ao lado da outra e, usando a abertura feita, envolver a meia de fora, criando uma espécie de "bola".
A festa do Halloween, e a porra da ressaca



A festa esteve recheada de requinte e de degredo, se bem que o degredo ocupou todo o espaço. O som esteve a cargo do DJ Mogambílio, que com toda a sua mestria espelhou o tédio pela sala.



O anunciado concerto do agrupamento musical Anifernyen teve ali lugar, incendiando o ambiente com ódio, raiva e nojo. Cobrindo a audiência de uma aura negra e nebulosa. Nesta foto vemos o Luís, tocador de guitarra, arrepiando o público, assustando a plateia, deleitando os seus admiradores.



Outro elemento do agrupamento musical, também tocador de guitarra é o Diogo, sangue real nas veias e nervos de aço, dominando o seu instrumento, agarrando o público com a sua técnica, como se fizesse um amor à guitarra!




Enfim, a casa começa a ficar mais catita



Ainda mal me mudei e já o sacripanta do peluche (o coitado nem nome tem) já se instalou confortavelmente, reclamando só para si uma divisão inteira, nomeadamente o quarto. Tenho ainda um longo caminho de negociação com o mafarrico do boneco, eventualmente o quarto ficará apenas para mim e para a Mogambília. Para já dormimos os três na mesma cama, ficando ele no meio.



Obviamente que as primeiras compras para a residência oficial mogambiliana foram obtidas com o intuito de rechear o frigorifico. Nada como um monte de garrafas de cerveja para lhe dar um tom de alegria. Os pudins ajudam a completar o arsenal de porcarias que acabarei por ingerir, contrariando as insistentes indicações do médico, contribuindo assim para a minha satisfação em comer produtos ruins.



Os duendes aliados da estirpe mogambiliana não deixaram de dar apoio na execução de elaborados restauros em mobílias delicadas. O GM marcou presença, arregaçando as mangas e esfregando como se não houvesse amanhã.



Como se verifica nesta foto, o anfitrião pulava e recalcava, suando como um maluco, esfregando aqui, e esfregando ali. A limpar impurezas sem se cansar de olhar para o trabalho.



O duendes mogambilianos/GM não olharam as esforços. Para manter a privacidade destes indivíduos usarei nomes fictícios; Ricardo, Luís, Carlos, Natália e Ângela. Estes seres trabalharam sem parar, sob o olhar diabólico da Mogambília, que com um pau comprido os vergastava à medida que iam demonstrando fadiga.