segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Filme: Open Season



O Padrinho, segunda parte

No dia seguinte, na tarde de domingo ficou a promessa de levar a pequenita ao cinema. Promessa que se salvou no último minuto, a contas com um monumental atraso do Padrinho. O filme foi escolhido, e muito bem escolhido em função da Marisa, a afilhada desafortunada. Um filme de animação, daqueles hilariantes, que já não via desde o Ice Age.

A verdade é que me diverti mais do que a menina, esbracejei, ri, ronquei até o término do filme. O que se salvou desta tarde ventosa em tons de cinzento foi a promessa cumprida pelo Padrinho, para esse efeito vou ensaiar aqui um dialogo…

Padrinho – Então Marisa? Á quarta promessa é de vez. É não é?

A afilhada resignada responde timidamente, dando a resposta que o Padrinho queria ouvir.

Afilhada – É sim, Padrinho.
O Padrinho, parte I



O Padrinho, desta vez, numa história real e testemunhada em primeira-mão pelos meus esbugalhados olhinhos…Todos nós sabemos que os maus-tratos infantis são maus e criminosos, mas neste caso mais valia o Jorge (nome fictício) ter apunhalado a Marisa (nome fictício), sua afilhada. Ter-lhe infligido socos na cara e lhe ter partido uma perna ou duas, pelo menos desse modo as feridas iriam sarar com o passar do tempo.

Só que este padrinho usou de violência psicológica, brutalidade emocional, tortura mental na sua querida afilhada. Uma ida ao circo sem ver o… circo. Uma ida ao cinema, sem ver… filme… Uma promessa de ir ao MacDonald’s, petiscar um Happy Meal, e uma vez lá… a constatação de que este se encontrava fechado…

Nos olhos tristes da miúda era possível ver angústia e ensejo de vingança, por tão vil e hedionda atitude perpetrada pelo seu Padrinho. Uma criança traumatizada por um futuro ex-psicólogo, pois se continuar assim nenhum doente lhe baterá à porta, mas sim com a porta, repetida e continuamente para ver se ele tem o que merece. Dor, muita dor, é o que ele merece…
Ida ao Sr. Machado



A condição humana tem destas coisas, como verifiquei na noite de sexta-feira, em Braga. Uma tertúlia sobre diversos temas que preenchem a actualidade, que vão desde a questão do Aborto à eutanásia, passando pelo suicídio, planeamento familiar e chá com bolachinhas. A tertúlia teve lugar no CAFJEC bem no meio do centro históricos bracarense e teve como monólogo o acarinhado Padre Costa Pinto. Mas isto não interessa para nada…

Após ter exibido solene e publicamente o meu repúdio e indignação face à bebida mítica, servida no tasco do Sr. Machado, eis que lá voltei cheio de sede. Rápida e sequiosamente suguei aquele líquido através da palhinha. Deliciei-me com aquela mistela noji-doce e lambi as beiças. As pazes estavam feitas com o Samba.

O Samba perdoou-me, abençoou a minha pobre existência e prendou-me com o seu néctar viscoso que me faz sentir tão bem comigo mesmo e com tudo o que me rodeia…

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Banda sonora para ficar no sofá



Este fim de semana vai ser passado com as pantufas nos pés. Já tenho a banda sonora preparada. Ouvir música e olhar a chuva através da janela, a tomar um chá e a trincar umas bolachinhas.

Captain Beefheart - The Dust Blows
Yes - The Revealing Science of God
Paatos - Holding On
Tim Buckley - Song To The Siren
The Pogues - A Pair of Brown Eyes
Epica - Quietus
Genesis - The Cinema Show
Fleetwood Mac - I Know I'm Not Wrong
Rush - The Temples Of Syrinx
Carole King - So Far Away
Jarvis Cocker - Big Julie
The Misfits - Skulls
Thin Lizzy - Chinatown
Kings of Leon - Velvet Snow
Vixen - Edge Of A Broken Heart
Emerson, Lake & Palmer - Jerusalem
Peter Gabriel - Blood Of Eden
Throwing Muses - Fish
Whitesnake - Fool For Your Loving
Tracy Bonham - Naked
The Who - The Rock
Frank Zappa - Who Are the Brain Police
Type O Negative - Christian Woman
The Waitresses - I Know What Boys Like
Deep Purple - Perfect strangers
Cream - White Room
Van Halen - Poundcake
Zero 7 - Throw It All Away
Tool - Prison Sex
The Teardrop Explodes - Reward
Rolling Stones - Loving Cup
Therapy? - Diane
Nouvelle Vague - Dance With Me

32 músicas para me acalmar, para me aconchegar, para me levar... e trazer de volta, pois o fim de semana é efémero, não dura para sempre...
Maria Guinot - Silêncio e tanta gente



Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
Ou um grito
Que nasce em qualquer lugar

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um lugar onde não estou

Às vezes sou também
O tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar

Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou um grito
De um amor por acontecer

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou

(Maria Guinot, 1984)


A música portuguesa possui algumas pérolas que se foram perdendo ao longo dos tempos, este é um desses casos. Sempre que ouço esta música sinto um arrepio. Ela toca-me. Outrora marcou-me muito, imenso. Mexe com as minhas emoções, esta canção é um dos meus pontos fracos, desarma-me, deixa-me vulnerável...

para quem estiver interessado em assistir ao video, é só clicar aqui, a qualidade do mesmo não é lá muito recomendável, mas o que importa é a música, e esta quando é boa, nada mais importa, é intemporal...

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Sinto-me desconfortável com...



Inspirado no desafio colocado pela minha cara vizinha do universo inviolável da blogosfera - Manteiga Derretida - parei para pensar, não nas minhas manias, mas sim nas coisas que me deixam desconfortável. Embaraçado e sem qualquer reacção. No fundo tratam-se de manias, coisas minhas, sendo eu um ser maniento (esta é a segunda palavra que invento hoje) deixo aqui uma reduzida listagem, completamente aleatória, das coisas que me deixam desconfortável.

Diospiros
Acordar, seja a que hora for
Atacadores de acrílico
Ver-me sem barba
Parar para pensar na minha vida
Lisboa
O rasto do caracol
A acidez do ser humano
A educação dos extraterrestres
Viver a vida sem legendas
O acender de um míssil, para a guerra
Os adultos
O sótão da minha mente
A melancolia da saudade
Molhar os pés descalços
Não ter asas nem cauda…
Bichos com muitas patas
The Killers - Bones



Fantástico video clip realizado pelo mestre Tim Burton. Os The Killers são a minha banda fetiche, não me canso de falar deles, mas a verdade é que os gajos são mesmo bom. Conseguiram arrasar com este novo disco - Sam's Town - e foram capazes convencer o realizador Tim Burton (Eduardo Mãos de Tesoura, A Fábrica de Chocolate, Big Fish, A Noiva Cadáver) a produzir este belo video. Ouve e aprecia a qualidade destes gajos.

O vocalista Brandon Flowers ostenta um maravilhoso e enigmático bigode, particularidade que eu adoro, só que me limito apenas a adorar, pois a Eliana não me deixa andar de bigode, para grande infelicidade minha... Seria lindo, imaginar um mundo onde toda a gente se exibisse com um belo e farto bigode, por certo a nossa existência seria elevada ao mais alto nível de bom gosto e airosidade, se é que esta palavra existe!
Seven Samurai de Akira Kurosawa



Nesta jóia da coroa do cinema Japonês datada de 1954, o mestre Akira Kurosawa conta a história de uma aldeia em apuros que recruta sete samurais desempregados para a proteger de uma quadrilha de trinta e três saqueadores implacáveis. O filme combina filosofia e entretenimento, frágeis emoções humanas e empolgante acção. Com a participação da lendária estrela do Japão, Toshiro Mifune, Os Sete Samurais é um épico inspirado, um triunfo da arte e uma inesquecível aventura.
Adorei ver este filme, marcou-me imenso. É a magia do cinema, a forma como um filme não se perde no tempo, como um bom livro, a cada ano que passa enriquece, engrandece, é desta arte que eu gosto, a intemporal…
Toca a beber um copo, ou dois



Num qualquer dia desta semana, à noite, encontrava-me confortavelmente instalado no meu quarto, o telemóvel toca, e, do outro lado fala o Zé Jorge. Ele referiu a palavra Xiripiti e eu abanei a cabeça afirmativamente. Zé Jorge, o pândego, convidou-me para beber um copo, já que a sede seca as goelas. Demos ali duas de treta, com as nossas vozes roucas castigadas pelo frio do copo da bebida da casa. Para a mesa veio um pratinho de picadinho, pequenos pedaços de carne fofa acompanhada de engraçados e coloridos pickles. O empregado já nos conhece e vai enchendo os copos. Palito na azeitona, pão no molho, copo no bico. Conversa e desconversa. Um cigarro e outro…
Zé Jorge encontra Jesus...



Jesus, não o da Galileia, mas sim o das Caxinas engraçou com o Zé Jorge, deixando-o assustado, assaltando-o com mensagens, telefonemas e sms’s.

Para este tema investiguei na internet e descobri este site Jesus era Gay?

O maior argumento para se comprovar que a bíblia não condena o amor entre pessoas do mesmo sexo é o facto de Jesus Cristo nunca ter referido nenhuma palavra contra os homossexuais! Se a homossexualidade fosse uma coisa tão abominável, certamente que o Filho de Deus teria incluído esse tema na sua mensagem. O que Jesus condenou, sim, foi a dureza de coração, a intolerância dos fariseus hipócritas, a crueldade daqueles que esquecem da caridade e do respeito aos outros. (Mateus, 7:21)

E foi ele próprio quem deu o exemplo de tolerância em relação aos "desviados", andando e comendo com prostitutas e pecadores. E tem mais: Jesus Cristo mostrou-se particularmente aberto à homossexualidade, revelando carinhosa predilecção por João Evangelista, "o discípulo que Jesus amava". Há probabilidades de que Jesus fosse gay, pois além de nunca ter condenado o homo erotismo, conviveu predominantemente com companheiros do seu próprio género, manifestou particular predilecção pelo adolescente João e nunca se casou, além de revelar muita sensibilidade com as crianças e com os lírios do campo, comportamentos muito mais comuns entre homossexuais do que entre heterossexuais.

O que demonstra que Jesus era mesmo homossexual, que o diga o Zé Jorge…

Oportunamente desenvolverei este tema com pormenores sórdidos que chegam mesmo a roçar a divina chalaça, com a sua mãe na montra ao lado das pastilhas elásticas e das batatas fritas…

terça-feira, 21 de novembro de 2006

O Mapa dos Ossos de James Rollins



Estou entusiasmado com a história narrada nesta obra. Está repleta de acção e permite que, ao fim do dia, me esqueça da vidinha...

Um grupo de mercenários disfarçados de monges rouba as ossadas dos Reis Magos e extermina fiéis com hóstias envenenadas. Ao seguir a única pista deixada pelos assassinos, a equipa de Gray Pierce depara-se com um segredo sagrado há muito perdido e que irá colocar as chaves do mundo na mão do seu descobridor....

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Instrumento do sonho



O caleidoscópio permite observar, saborear e viver, bastando para isso rodá-lo. De cada ângulo, uma percepção diferente, uma nova visão do mundo. Um golpe de magia pura. Eu transformo-me num mágico, usando para tal a imaginação, onde me sinto criador de sonhos, habitante do universo da fantasia e plenamente realizado. E é neste Outono chuvoso em que me encontro que saboreio todo o esplendor criado pela simplicidade de um objecto criado pela Mi, que com botões e um rolo de papel de cozinha, obrou uma obra prima, revestida de esplendor e magia, que seduz e maravilha. O pequeno orifício por onde espreito permite-me encetar uma fuga, uma viagem sem espaço nem tempo. Sem lei e sem ponto de chegada. Viajo e isso basta. Chega para me preencher. Vidros coloridos numa superfície espelhada, será isso o caleidoscópio? Será apenas um brinquedo? Um engenho tosco? Nada disso, para o constatar temos de o rodar, de o fazer girar em toda a sua plenitude e de nos permitir a encetar um voo, através de belas imagens, geometricamente combinadas, coloridas em padrões que mudam a nossa percepção, que parecem nunca terminar, a cada volta, algo novo.

E assim passei a tarde de domingo, a viajar, a sonhar e a admirar o amarelo do sol escondido no cinzento das nuvens que preenchiam o céu azul. E ao longe, um arco iris. Gotas de chuva que timidamente me tocavam e um cheiro a castanhas assadas, vindo de um qualquer lugar, ali mesmo, e eu… tão longe.
Filme: Os Amantes Regulares



A narrativa baseia-se no Maio de 68. A revolução estudantil estava na rua, Paris estava repleta de tumultos. E é nessa altura que tem lugar uma história de amor na conturbada cidade luz.

A história é um bocado (grande) chata, lenta e provocou sonolência generalizada na sala. Era constante a desistência do público, que aos poucos abandonava o auditório. Ainda aguentei a primeira parte do filme, que durou uma hora e meia, após o intervalo optei pelo mais sensato: ir embora. Detesto abandonar filmes com estes ainda a meio, só que este era excessivamente longo e chato para aguentar outra hora e meia numa noite pastelenta de domingo. E lá fui eu a bocejar, rumo a casa, que amanhã seria segunda-feira…
Futebol à chuva



A chuva era constante e ritmada na freguesia de Pedome. Às cinco e meia da tarde tinha lugar mais um jogo de futebol. O Pedome contra uma equipa qualquer, não sei o nome, apenas me lembro da cor do equipamento: amarelo e verde. A chuva entranhava-se no meu impermeável, após o Zé Jorge me ter roubado o guarda-chuva. De cima para baixo ela respingava sem cessar, escondendo-se por momentos. O jogo foi ultra chato terminando num modesto 3-3. No fim do jogo nada melhor que o aconchego de um banho quente e do fato de treino da praxe. Haja paciência!

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Vou ver uma peça de teatro



A quem interessar hoje é a última apresentação da peça: Os Vendilhões do Templo. Da autoria do Teatro Universitário da Universidade do Minho. Toca a aparecer no Auditório Nobre aqui na UMinho em Guimarães pelas 21h30m. O preço da entrada fica-se pelos 2€ e é o último dia... Eu vou... Tá dito!

O "adepois" de assistir à peça...

Vi e gostei. A peça ofereceu uma base para a reflexão do consumismo, e do seu peso para a nossa felicidade.

No palco aparecem uns vendedores de inutilidades que se transformam em sonhos. Temos o caso do Aspira-a-dor que se transforma na Julie Andrews, que nos devolve a felicidade, que nos torna mais humanos, e que por uma astronómica quantia poderá ser nosso. A Bici-caneta, que nos permite andar de bicicleta e escrever ao mesmo tempo, e que, se atrelada a um avião permite voar e escrever no azul do céu. A Invenção da Roda pode também ser nossa, por um preço – tudo o que temos, e tudo o que viremos a ter. O Colchão que dá choques e que nos dilacera para que não desperdicemos tempo a dormir…

A narrativa ajusta-se ao modo de vida do ser humano, eterno insatisfeito e sempre com sede de mais; enquanto a sua sede de aquisição de inutilidades não é saciada, o seu descontentamento é inevitável, daí advêm as depressões e a ideia da infelicidade.
O tempo passa, a uva também...



Muitas milhas foram percorridas nesta viagem inter-espacial, que em vez de uns míseros segundos se aproxima surpreendente dos três anos-luz, num lugar comum onde o espaço temporal permanece há já muito tempo perdido na memória dos dois corpos estrelares, radiantes criando luz pisca-pisca. E foi dentro dessa geometria espacial que encontrei o ser que me bateu á porta. Ser esse que me faz sentir triste na sua ausência; o ser que me faz soltar um fio de baba; o ser que faz toar tambores surdos que me gritam aos ouvidos; o ser que me faz sentir tolo e acordado…

17 Memórias
17 Sorrisos
17 Beijos
17 Elefantes albinos
17 Canções
17 Pedras no mar
17 Lágrimas remelosas
17 Diospiros (com bicho)
17 Soluços
17 Berloques
17 Ilusões
17 Dias…

Dias que brincam, que se divertem, que são puros e recheados de outros dias que não acabam. Que nos aparecem e desaparecem, que nos escorregam das mãos e que se transformam em mais dias, que nos aprisionam num ciclo formado por dias que percorrem o tempo. Mas o tempo dos dias é escasso. Palavras percorrem o espaço dos dias que passam. As palavras esbatem o mundo, falam nos dias em que te vejo. Dezassete segundos, dezassete dias, dezassete meses, em que eu corro, em que dou a volta ao tempo. Tempo em que te conheci, tempo em que irá passar dezassete anos. 17 é o número que passa lentamente num segundo, que me faz andar dia sim, dia sim em busca da força interior que faz girar o meu mundo, que é teu, onde chove, onde algo me mexe profundamente, naquele dia 17, naquele olhar eu vi: este é o momento…
Misticismo e rituais: os pés que falam



A Ciência da Quiroprática Neurológica entrou ontem na minha vida pelas mãos da Íris. Fui surpreendido com a exactidão assustadora desta ciência que ajudou a desvendar os números que vão sair no euromilhões nesta semana. Testemunharam além de mim, a Sofia e a Diana, estupefactos com a destreza com que a mestre do oculto; a filosofa corporal; a artista da aura e a cientista da palma do pé Íris respondia às diversas questões levantadas.

O segredo estará na vibração das ondas libertadas pelo mau cheiro dos pés? A micose interfere com a aura?

Muitas questões se levantaram… e eu vou obter resposta… nem que me tenha de sujeitar ao tratamento… e logo eu que tenho uns pés muito mentirosos.
Pessoa pequena que me persegue



O que obtemos com a junção de uma criança (conhecida por Nuno) de dois anos e uma bota? A resposta será um olho negro, dependendo da força com que a bota é projectada. Embora de pequenas dimensões o puto já tem uma força invejável, pelo menos comparando com a minha, ele vence. Apesar de medir apenas um palmo e meio de ter começado a emitir as primeiras palavras, o traquina já me vence na argumentação. A minha sorte é a de que as minhas pernas correm mais que as dele, caso contrário já me teria dado uma sova, pelo menos há muito tempo que eu a merecia. O cabra da peste e a sua batalha contra a força invisível do penico azul e o seu gosto por arroz.

No meio de tudo isto, o que me preocupa é o facto de que ele é mais maturo do que eu…

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

João Broncas



Alvaro Vitali, mais conhecido entre nós pelo nome de João Broncas. Arranjei um filme dele, La Liceal que data de 1975. Esta personagem acompanhou o meu desenvolvimento como homem (com h pequeno). O seus filmes são comédias bastante inocentes para os padrões actuais, a nudez era o prato forte, sendo exibida de modo a aguçar o espectador. Cuecas ao leu, seios desnudados, mas nada relacionado com sexo explicito.

Lembro-me bem do impacto que esses filmes tinham em mim, a vontade com que os via. As saudades com que fiquei do tempo em que a inocência nos tornava alegremente estúpidos…

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Noite de consciencialização

Dediquei-me a assistir a dois documentarios que estavam em lista de espera, tanto um como o outro me marcaram imenso e me deixaram a pensar, e muito que pensar...

An Inconvenient Truth



Al Gore (para os mais esquecidos, relembro que este chegou a ser vice-presidente dos Estados Unidos, tendo sido derrotado nas eleições em 2000 contra o macaco do George W. Bush. Tendo mesmo ficado à frente na contagem, mas perdido na secretaria, numa eleição povoada pela dúvida e controvérsia)

Ele tem vindo a fazer palestras, não só nos Estados Unidos, mas também na Europa e Ásia, apresentando dados científicos sobre o escalar da crise climática, alertando para o aquecimento global, de uma forma clara, rigorosa e motivadora. Este documentário merece ser visto por toda a gente, quando digo toda, quero mesmo dizer toda! Devendo ser encarado como um argumento científico, político e moral para que o mundo acorde para a realidade.

Road to Guantanamo



Este documentário relata a detenção de três cidadãos britânicos, que ficaram dois anos em cativeiro na prisão norte americana na Baía de Guantanamo (Cuba) onde se viram privados dos seus direitos, liberdades, e onde foram torturados e duramente humilhados sem quaisquer acusações.

Foram acusados de pertencer a grupos terroristas afegãos sem quaisquer provas ou indicios.

Mostra a vergonha que os exércitos das nações livres lá foram exibir. Admito que fiquei com um pó ainda maior em relação à política norte-americana...

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Numa viagem de rotina ao genial site http://portalpimba.blogspot.com/ dei de caras com mais um ícone do bem cantar em Portugal.

Nesta brilhante canção, a artista refere sem cessar a sua solidão face a um amor perdido no tempo e no espaço, aqui fica um cheirinho da letra:

Solidão às vezes faz bem...
Meu amor, tenho saudades de te ter aqui
não te amo desde que parti
Meu amor, tenho saudades de te ter aqui


Neste videoclip recheado com tudo o que a tecnologia moderna permite, chega mesmo a roçar o estilo futurista, nomeadamente no close up que aparece quando a interprete se faz transportar numa pista de carrinhos de choque na companhia do seu amor. À beira rio, ou no bosque, possivelmente em busca dessa mesma apregoada solidão...

Fiquem com a doce Erika, e com o seu fantástico tema - Solidão...

A viagem de regresso a casa



Na decadência do amanhecer de domingo, quatro seres humanóides; uma epopeia digna de figurar na capa do 24Horas. Cantares ao desafio e ranchos folclóricos. Emoção e aberração, medo e alegria, perseguidos por uma aura embriagada. Um calmo e sóbrio, os outros três eufóricos e sem medo de penetrar nas portas do inferno. Deveria ser o destino daquele carro, o Inferno e a penitência eterna, aquelas quatro pobres almas pecadoras. O Mogambilio, o Zé, o Jorge e o Bolas, prevaricadores, almas penadas e bem regadas a percorrer na auto-estrada rumo ao degredo, à repatriação, no regresso a casa.
O voo através das faixas de rodagem tempestuosas levava-os direitos a uma pastelaria, dado o objectivo primordial de comerem algo que aconchegasse os seus espíritos amaldiçoados por uma larica avassaladora. Anões e velhinhas a atravessarem na passadeira, pássaros a atingir a viatura com cagadelas estrategicamente disparadas. Um pequeno-almoço em que o Jorge levou mais de uma hora a mastigar um croissant com fiambre, naquele ambiente enfadonho tudo os incomodava, e tudo se sentia incomodado. Pessoas acabadas de acordar, pessoas que ainda não tinham ido à cama, uma mistura explosiva e inconciliável…
Publicidade enganosa ou pedofilia?



A expressão sexo com menores é demasiado genérica, e engloba uma série de situações, pelo menos foi o que li na internet. Na presente história vou omitir a identidade dos intervenientes, dando-lhes nomes fictícios de José, um poderá ser Jorge e o outro Manuel. Ambos agiram de modo libidinoso, ignorando a idade da vítima, que seguramente aparentava ter mais de 18 anos. Neste caso a publicidade era nitidamente enganosa, a embalagem não correspondia ao produto. No mesmo site li que o simples desejo sexual já caracteriza a pedofilia. Vou-lhe atribuir o nome fictício de Maria da Graça, e o suposto crime ocorreu num lugar também fictício, a qual chamarei de Fojo. A idade da vitima corresponde a uns catorze anos de idade, e o inferno espera, de portas escancaradas… E Jesus lá no meio, pecando por ter omitido a idade da jovem por que se fazia acompanhar...

Obviamente que eu, seguro da minha inocência me imiscuo de toda esta história, a minha participação é a de um mero narrador que esteve à margem das blasfémias cometidas nesta noite de S. Martinho…
As castanhas do Senhor



Entro no carro e sigo até Fão, um trajecto agradável pela madrugada fora ao encontro das castanhas que por mim esperavam. Conduzia na noite fria e bela, mordendo o lábio e a ganhar apetite para o Magusto. O Fojo esperava por mim, e eu chamava por ele. As castanhas gritavam o meu nome. Uma vez chegado ao Fojo, a comunhão com gente embriagada, cantando e disparatando, um cenário constante e maravilhoso, um grupo de mongos a deliciarem-se com castanhas e com o sabor natural do vinho martelado.
Foi-me anunciado que Jesus (himself) e o Cristo (Zé Jorge) me estavam a assar as ditas. Fiquei de imediato curioso com tamanha honra. Vindo depois a descobrir que se tratava de um outro Jesus, não o da Galileia, mas sim o das Caxinas. Não o carpinteiro, mas sim o pescador…
A manhã raiva através da janela, a luz penetrava no recinto, eram já horas de regressar, abençoados por Jesus… não o Messias, mas o assador de castanhas…

Jesus discursou sobre as diversas características atribuídas pela sociedade às diversas técnicas de masturbação, desde pontos razoavelmente consensuais até opiniões que foram tidas como anormais, envolvendo meias ou que, após o advento da execução da hedionda prática, desencadearam o surgimento de uma nova discussão, desta feita relacionada com práticas sexuais, castanhas assadas ou cerimónias religiosas na Póvoa do Varzim...
Tarde de futebol



O jogo deste fim de semana realizou-se em Landim, onde o Pedome defrontou o M.A.L e saíu de lá derrotado por 4-2. O jogo foi bastante chato, não tendo havido violência, e o número de impropérios lançados pelos adeptos foi reduzido. A tarde estava solarenga e convidativa, mas o futebol jogado foi de uma notória falta de qualidade, tendo em conta de que se tratam das duas equipas mais competitivas do campeonato.
Alien, mais um regresso



A lua olhava-me, suspensa, lá de cima. As nuvens discretas disfarçavam o estrelar do céu. Seguia viagem, divagando pela estrada, saboreando a noite fresca e iluminada, como tantas outras, a música que tocava fazia-me viajar na mente, cortando a monotonia da solidão no asfalto. Chegado ao destino, vislumbrei a chegada a sua embarcação espacial, de semblante brilhante e luzes coloridas intermitentes, vinha airosa e cansada da longa viagem. Senti um arrepio, e outro, mas logo me recompus, pois o tal ser também me esperava. Seria coincidência, obra do acaso ou este encontro estaria previamente combinado? Não sei dizer de minha justiça, direi apenas que estava predestinado a acontecer. Pressenti a sua chegada quando ela me bateu suavemente na janela.

Abri a porta e deixei-a entrar, segui viagem, transportando-a até ao seu destino, à sua dimensão paralela entre Lisboa e Santo Tirso, passando por Famalicão. Ela sorria, aquele sorriso que me seduziu, durante um fim-de-semana preenchido e momentos únicos em que apeteceu a loucura, uma fuga a dois encetada a este mundo vazio de fantasias. A esta tua vinda rejubilei (e depilei) mas não desmoronei, dei por mim fortalecido… E mais uma vez partiste, na tua nave, rumo a uma qualquer galáxia perdida na mouraria… O fulgor da tua partida, um dia regressarás, voando no cimo da tua nuvem e retomarás o teu lugar, o lugar que procuro…

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

O cheirinho a Outono



O seu cheiro característico, tipicamente desta altura do ano, desperta em mim sensações variadas que vão desde a nostalgia, à água na boca e muito vinho no bucho. Quentes e saborosas, as castanhas. As primeiras deste ano foram cozidas, e que bem me fizeram. Com a chegada do muito anunciado outono, que consigo costuma trazer nuvens, nas quais o sol se esconde; o frio que se entranha em nós, para não falar do encolher dos dias... o conforto do calor ao assar, cozidas, assadas e até mesmo cruas...

“No dia de S. Martinho
Rabusca o teu soitinho
Faz o teu magustinho
Encerta o teu pipinho”
Acho que desvendei o segredo



O grande tema que vem dominando a minha triste existência está intimamente ligado a uma suposta surpresa. Surpresa essa que a Eliana me anunciou omitindo informações, limitando-se a fornecer pistas. Após ter seguido as dicas, após me ter debruçado nas informações recolhidas constatei de que se tratava de uma beringela! E meus amigos, não podia estar mais longe. Não direi aqui o que era dada a sua essência e ilegalidade, posso é adiantar que a sua qualidade se deve às mijadelas de um gato gordo.
Já fiz o curativo



Pois é, já me livrei do sempre desagradável pingo no nariz e de umas espirradelas sempre emocionantes. Uma cura baseada no consumo exagerado de café, tabaco e sandes de atum. Mas o que me salvou realmente de apanhar uma gripe a sério foi um cabide estratégicamente colocado em cima da minha cama. Já me sinto bastante melhor e estou pronto para outra racaída, para mostrar que não temo! Eu e o meu cabide somos invioláveis...

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Aniversário do site do PaiNatal



5º aniversário do site da Fundação dos Crentes no PaiNatal

Cinco anos de inutilidade e inoperância; passividade e regabofe: é o legado desta Fundação. Foram cinco longos anos de evolução auto invertida e estagnação desmedida. Esta Fundação conta agora com 68 membros espalhados por três continentes, como e porquê, é que não sei materializar em palavras... O regabofe e o degredo são o segredo desta corja aficcionada ao ícone do PaiNatal, e eu, como auto proclamado presidente congratulo-me com o crescimento desarticulado deste movimento pró-forróbódó...

www.painatal.fragmentized.net é o endereço do inutil site que é o menino dos meus olhos! Cinco anos sem interrupção a provocar nojo e inveja por esse mundo fora. E para comemorar nada melhor do que um magusto natalício ainda a combinar...

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Daniel Silva - O Príncipe de Fogo



Neste romance do descendente açoreano Daniel Silva aparece-nos o Yasser Arafat a liderar um grupo terrorista, um Yasser manipulador e danado para a mentira... Estou a gostar desta conspiração, mais uma...
Match Point



Não se trata de uma comédia, um filme bastante inteligente e bem construido, carregado de reviravoltas e surpresas que nos deixam agarrados à história. O mestre Woody Allen a mostrar mais uma vez o brilhantismo que é capaz de atingir...

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Num bendo mas bebo...



Olha para mim
tou aqui à espera
coitado d'eu
a suspirar por um abraço
do calor do teu regaço
ok, até lá vou ali
ao café do Paulo
beber um bagaço
enquanto pensas
que se solucionou tudo
estarei a palitar os dentes
e a escovar o bigode
café Frango Dourado
era o costume
o mesmo de sempre
um café com cheirinho
cheiro bom
lá fico eu...

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

98 Octanas



Tá decidido, mesmo contra a minha vontade vou ver este filme. Nele entram: Rogério Samora; Carla Chambel; Márcia Breia nesta obra realizada pelo Fernando Lopes. Vou lá ver no que dá e ouvir a banda sonora, composta pelo Bernardo Sassetti... Amanhã direi algo sobre este filme...



Como prometido... cá vai o comentário ao filme: Quase sem palavras, os dois seguem viagem; hoteis, áreas de serviço, cafés, as conversas divididas, os silêncios secretos, as revelações que vão sendo feitas e os mistérios que nos vão agarrando e que nos impele a seguir viagem com eles.

Não é bem uma viagem de auto descoberta, mas quase. Pecou um pouco pela monotonia, embora os momentos mais 'mortos' tenham sido preenchidos por uma banda sonora agradavel. Gostei bastante, mas o melhor foi na cena final:

- Para onde vamos?
- Para longe.
- E onde fica isso?
- Perto...


O cinema português está de boa saúde e recomenda-se...
Acordar atrofiado e demente...



Acabo de acordar, e mesmo antes de abrir os olhos noto a sua presença, quieto e pronto a atacar. O maldito coelho voltou. Enfiado no meu nariz a fazer barulhos estranhos. A luz já batia na janela. Soltei um grito mudo, e depois, apenas o silêncio e o mastigar do roedor…

Preciso de café…
Filme: Achados e Perdidos



António Fagundes faz o papel de um 'delegado' aposentado que vive um caso com uma prostituta que foi encontrada morta, amarrada à cama e com um saco de plástico na cabeça. Vieira (Fagundes) é considerado suspeito principal do crime, embora não saiba de é responsavel ou não, na noite anterior estava bastante embriagado e não se lembra de nada (também já tive muitas noites dessas)... Trata-se de um bom filme, com a qualidade reconhecida do cinema brasileiro.
A noite dos mortos vivos



Ainda deu para aparecer no jantar de aniversário do Hugo. Comi um pouco de pão de milho e beberiquei um vinho fresquinho. Duas de treta, cantar os parabéns, trincar o bolo (que afinal não tinha atum) e já era horas de zarpar para a Maia. O bar Visconti albergava personagens medonhas, começando pelo senhor pirata que me olhou com um tom de voz demoníaco. Ali fiquei na treta, cerveja para aqui, cerveja para ali, boa musica e mais não conto, pois muita gente estará agarrada a este blog, numa tentativa de descobrir algo mais sobre a minha noite de Halloween, só que mais, não digo aqui. Se bem que é verdade que nada se passou, e é nisso que quero crer...