segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Alien, mais um regresso



A lua olhava-me, suspensa, lá de cima. As nuvens discretas disfarçavam o estrelar do céu. Seguia viagem, divagando pela estrada, saboreando a noite fresca e iluminada, como tantas outras, a música que tocava fazia-me viajar na mente, cortando a monotonia da solidão no asfalto. Chegado ao destino, vislumbrei a chegada a sua embarcação espacial, de semblante brilhante e luzes coloridas intermitentes, vinha airosa e cansada da longa viagem. Senti um arrepio, e outro, mas logo me recompus, pois o tal ser também me esperava. Seria coincidência, obra do acaso ou este encontro estaria previamente combinado? Não sei dizer de minha justiça, direi apenas que estava predestinado a acontecer. Pressenti a sua chegada quando ela me bateu suavemente na janela.

Abri a porta e deixei-a entrar, segui viagem, transportando-a até ao seu destino, à sua dimensão paralela entre Lisboa e Santo Tirso, passando por Famalicão. Ela sorria, aquele sorriso que me seduziu, durante um fim-de-semana preenchido e momentos únicos em que apeteceu a loucura, uma fuga a dois encetada a este mundo vazio de fantasias. A esta tua vinda rejubilei (e depilei) mas não desmoronei, dei por mim fortalecido… E mais uma vez partiste, na tua nave, rumo a uma qualquer galáxia perdida na mouraria… O fulgor da tua partida, um dia regressarás, voando no cimo da tua nuvem e retomarás o teu lugar, o lugar que procuro…