sexta-feira, 17 de novembro de 2006

O tempo passa, a uva também...



Muitas milhas foram percorridas nesta viagem inter-espacial, que em vez de uns míseros segundos se aproxima surpreendente dos três anos-luz, num lugar comum onde o espaço temporal permanece há já muito tempo perdido na memória dos dois corpos estrelares, radiantes criando luz pisca-pisca. E foi dentro dessa geometria espacial que encontrei o ser que me bateu á porta. Ser esse que me faz sentir triste na sua ausência; o ser que me faz soltar um fio de baba; o ser que faz toar tambores surdos que me gritam aos ouvidos; o ser que me faz sentir tolo e acordado…

17 Memórias
17 Sorrisos
17 Beijos
17 Elefantes albinos
17 Canções
17 Pedras no mar
17 Lágrimas remelosas
17 Diospiros (com bicho)
17 Soluços
17 Berloques
17 Ilusões
17 Dias…

Dias que brincam, que se divertem, que são puros e recheados de outros dias que não acabam. Que nos aparecem e desaparecem, que nos escorregam das mãos e que se transformam em mais dias, que nos aprisionam num ciclo formado por dias que percorrem o tempo. Mas o tempo dos dias é escasso. Palavras percorrem o espaço dos dias que passam. As palavras esbatem o mundo, falam nos dias em que te vejo. Dezassete segundos, dezassete dias, dezassete meses, em que eu corro, em que dou a volta ao tempo. Tempo em que te conheci, tempo em que irá passar dezassete anos. 17 é o número que passa lentamente num segundo, que me faz andar dia sim, dia sim em busca da força interior que faz girar o meu mundo, que é teu, onde chove, onde algo me mexe profundamente, naquele dia 17, naquele olhar eu vi: este é o momento…