segunda-feira, 13 de novembro de 2006

As castanhas do Senhor



Entro no carro e sigo até Fão, um trajecto agradável pela madrugada fora ao encontro das castanhas que por mim esperavam. Conduzia na noite fria e bela, mordendo o lábio e a ganhar apetite para o Magusto. O Fojo esperava por mim, e eu chamava por ele. As castanhas gritavam o meu nome. Uma vez chegado ao Fojo, a comunhão com gente embriagada, cantando e disparatando, um cenário constante e maravilhoso, um grupo de mongos a deliciarem-se com castanhas e com o sabor natural do vinho martelado.
Foi-me anunciado que Jesus (himself) e o Cristo (Zé Jorge) me estavam a assar as ditas. Fiquei de imediato curioso com tamanha honra. Vindo depois a descobrir que se tratava de um outro Jesus, não o da Galileia, mas sim o das Caxinas. Não o carpinteiro, mas sim o pescador…
A manhã raiva através da janela, a luz penetrava no recinto, eram já horas de regressar, abençoados por Jesus… não o Messias, mas o assador de castanhas…

Jesus discursou sobre as diversas características atribuídas pela sociedade às diversas técnicas de masturbação, desde pontos razoavelmente consensuais até opiniões que foram tidas como anormais, envolvendo meias ou que, após o advento da execução da hedionda prática, desencadearam o surgimento de uma nova discussão, desta feita relacionada com práticas sexuais, castanhas assadas ou cerimónias religiosas na Póvoa do Varzim...