sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Os Reis Magos, em busca do Xiripiti



Segundo vi na Internet, o Zé Jorge em tempos escondeu uma garrafa de xiripiti; eis que vieram os Reis Mongos, vindos dos reinos de Pedome, Pevidém e de Vermil, perguntando aos sete ventos: ‘Onde raio está o xiripiti, recém aberto? ‘ Com efeito, vimos uma luz, a luz da estrela no Oriente, e viemos bebê-lo.



Nesta segunda grande peregrinação arranjamos mais um Rei Mago, curiosamente, e em resposta à Inês: nenhum deles era preto. Eu, o Ricardo e o Pedro, todos brancos, preto talvez o Zé Jorge, mas por ele ser o anfitrião e o detentor da garrafa de xiripiti assumiu o papel do Rei Herodes. O papel de Menino Jesus ficou entregue ao tio do Zé Jorge, pela surpresa que causou a sua aparição. As oferendas amavelmente cedidas pelos Reis Magos foram: Um pires de amendoins, uma garrafa de vinho da Madeira e um pedaço de bolo-rei. Nada mau para passar uma noite de adoração a uma santa garrafa…

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Cá está o novo inquilino



Neste vídeo é possível assistir aos estranhos hábitos deste monstro marinho. Tenham cuidado... muito cuidado...

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Um novo amiguinho



Dos confins profundos e inóspitos deste nosso planeta chegou até mim este estranho ser. Graças à bondade da Manuela, que mo ofereceu.

Bicho aquático de rudes feições e de forma esguia. Diz quem vendeu que se trata de uma enguia de reduzidas dimensões. Nunca na vida tinha visto algo assim. Feio, o rapaz, mas muito simpático.



Por ser fêmea optei pelo nome de Mogambilia, por certo o bicho gostará, e é ver agora, o meu gabinete, que antes disto já era denominado de 'Sala Vasco da Gama', se torna agora na 'Sala Cabo das Tormentas', tudo por causa deste inquilino bicho/monstro...



Quero opiniões sobre o meu novo amigo...
Três anos num piscar de olhos



É como te digo... e fico-me por aqui; a quem o dizes! Pois, pois, é o que dizes a todas. Sem rodeios o tempo passa, transformando-nos, por ora nem bem nem mal, apenas como o sabe fazer, passando por nós como se nada fosse. Sendo só por si algo que passa a vida a passar, e durante três longos anos, que a pouco me souberam, foi por nós passando, e nós a vê-lo passar. Passa que passa, o tempo. Tempo de mudança. Tempo disto e tempo daquilo. Sempre o tempo a condicionar. Sempre o tempo a construir, sempre o tempo a deixar a sua marca em nós...



E assim se passou mais um ano, que somado aos dois anterior se faz três. Desculpa lá tempo, mas fintar-te-ei enquanto puder, muitos anos virão, e tu, a passar por nós...

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Telefonema celestial



Jesus ama todos os homens, embora nutra de um especial carinho pelo nosso amigo Zé Jorge. Só que este o renega. Por certo que é estranha esta atitute, pois muita gente não acredita em Jesus. Só que este liga ao Jorge, mesmo assim ele não crê! Mesmo conhecendo-o, mesmo tendo o seu número de telefone... Pedro negou três vezes, o Jorge já deverá ter negado umas novecentas e trinta vezes...
Mais uma noite de pavor



Os coelhos voltaram a importunar os meus sonhos, apareceram pela calada da noite enquanto eu dormia descansada e relachadamente, refastelado, de pernas abertas, soltando roncos que ecoavam no silêncio da noite. Aqueles seres felpudos e fofos, detentores dos meus maiores receios, munidos de instrumentos pontiagudos, que subiam pelo meu nariz. E eu ali, inerte, anestesiado pelo medo, soltando apenas alguns gemidos surdos. Entravam-me pela boca e lá ficavam. Horas e horas lá ficaram, os coelhos. Acabando por sair pelas orelhas, provocando-me arrepios. Porquê coelhos? Porque me fazem mal? Roem-me o buço e lambem-me o pescoço, mordiscam-me a cartilhagem da orelha. Arranham-me a nuca… Grande porra de coelhos. Acordo no sonho, desperto, embora continue a dormir. Ajo como se de um caçador me tratasse. Os malditos penetram-me nos olhos que soltam lágrimas de raiva. Aponto a arma a um. Coloco-o na mira, disparo. Recuso o disparo. Não tenho coragem de matar o pobre animal. Ele sente a minha fraqueza. Olha-me nos olhos. Olhos pequenos e tingidos de encarnado. Faz sinal aos outros. Olham para mim e retiram-se, deixam-me sozinho no meu quarto. Como que por magia desaparecem. O meu olhar deambula pela escuridão quando acordo...

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Passaporte para o Inferno



A intriga e o mistério povoam este policial. Nada como uns casos por resolver para captar a minha atenção, para me entreter durante estas noites em que só me apetece ficar juntinho ao aquecedor, a comer como um alarve, envolto numa crise de anciedade.

Neste romance encontrei um desafio, um enigma que me desconcerta, o qual tentarei resolver antes de folhear as últimas páginas do livro...

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Queria ter ficado ali, maravilhado



É como te digo: foi o que te disse. E tu, sorriste e calaste-me com um beijo. Desarmaste-me com o olhar e seguraste-me com ambas as mãos. Deitados na cama, juntos. Alheios a tudo, alheios aos sonhos, alheios ao momento. Cúmplices entre si, de cabeças unidas, corpos colados… e ali ficaram olhando-se de olhos fechados, palmas das mãos entrelaçadas, parados no tempo. Dois corpos ali, confidentes, dispostos lado a lado. Os olhos que não viam, mãos que não tocavam. Admiravam apenas, para que não ficassem sozinhos, para que não ficassem um sem o outro. O abrigo em que eles se recolheram, recusando fugir, entregando-se. O silêncio que se desfaz, o som que não se ouve. As sombras firmadas no branco do lençol, criando figuras gentis, que se vão deformando. O dedos que se desviam, os lábios que adormecem no jogo dos corpos… E a música a tocar...

If I lay here
If I just lay here
Would you lie with me and just forget the world?

I don't quite know
How to say
How I feel

Those three words
Are said too much
They're not enough


Snow Patrol - Chasing Cars
Agostinho da Silva - Relexão



Trata-se um ensaio sobre a filosofia da História portuguesa, o seu sentido histórico face a um povo que se transcende.

O que Portugal fez de maior no mundo não foi nem o descobrimento, nem a conquista, nem a formação de nações ultramarinas: foi o ter resistido a Castela. O ter mantido, através de sangue e fogo, o princípio de independência dos povos periféricos. E o ter mostrado… de que modo uma Espanha livre e convivente poderia ter transformado a face do mundo”.

Reflecte a importância da batalha de Aljubarrota, que nos manteve a esperança. Reflecte a Saudade, e a outra característica deste povo; a Acção.

Nesta viagem Sul-Norte, deitado num banco, isolado na solidão de um autocarro, li e meditei, entreguei-me à leitura deste ensaio, e quando me dei conta, era já tarde demais, tinha chegado à última página. Uma boa experiência de leitura.
Regabofe em Lisboa



E foi naquela casa acolhedora, repleta de calor humano, que fui cair naquela noite fria de sexta-feira. Musica nos ouvidos, cerveja no bucho e conversa interminável, saltando entre temas, entre histórias, entre assuntos, nunca terminando, ora elevando-se na sua profundidade, ora atingindo um patamar mediano. O natal foi o mote para que dezasseis pessoas se reunissem, e partilhassem um belo prato de massa.







E foi assim, entre amigos que passei um dos melhores serões, na noite lisboeta. E por causa deles ficou um enorme desejo de voltar, regressar num qualquer dia, a qualquer hora.
O palco da Mogambilia



Neste fim-de-semana fui em missão de reconhecimento à mouraria. Com o objectivo de estudar a sua triste realidade. Desloquei-me movido pela curiosidade de observar uma população em vias de desenvolvimento.

Esta visita incluiu uma ida ao teatro, onde estreava a peça 100 ideias, um espectáculo com legendas, no qual participou a Mogambília. Ok, eu confesso que esse foi o motivo primordial da minha modesta incursão além Douro…

Uma peça sem falas, sem diálogos. Apenas e só o som, que me tocou nos sentidos, vencendo a longa distância entre os actores e eu, criando no entanto, uma enorme barreira invisível. Nascendo em mim sensações diversas, fazendo-me sonhar, comover, sorrir. Dominando-me durante o tempo da actuação. Levando os meus sentidos a acordar. Cheirar. Ver. Sentir. Ouvir. Saborear. E o tempo da peça passou, passou e deixou-me a pensar, a ver, em busca de um sentido. De olhos sempre empenhados na actuação da Mogambília, que pela primeira vez se estreia em palco, com os olhos expostos a uma multidão atenta. Tudo o que queria ali, era um comando, para que pudesse voltar atrás, sempre que quisesse, sempre que me apetecesse, para depois, puxar à frente, e gravar, para que mais tarde visionasse aquele momento em que senti uma profunda alegria. Um puro sentimento de orgulho.

Parabéns Eliana, a artista do norte, numa terra de mouros. Onde representas também o papel de guardiã dos costumes minhotos, o profundo orgulho nortenho.

domingo, 10 de dezembro de 2006

Beber ou não beber...



Eis o cerne da questão, com a qual me deparei na casa da Brena: Quinze litros de sangria, quinze litros de bem estar, de alegria. San-gria, como diziam os antigos, sãogria, como dizemos no norte... enfim... em caso dúvida é para beber. E eu bebi, timidamente, observando a corrente de gente que chegava. Gente desconhecida que logo se tornou íntima... gente que sabe acolher.

sábado, 9 de dezembro de 2006

Degredo em Lisboa



Olá Juliana, ou, já tenho onde dormir quando for ao Fojo. Bem no meio do quarto da Eliana descobri uma verdadeira nortenha, que partilha comigo um desprazer no que respeita à cidade de Lisboa; cidade de estranhos hábitos. Um ser oriundo de Fão, que me compreende face ao Meat Loaf. De semblante intermitente, tanto aparecia como desaparecia. O seu sotaque, denunciou logo a sua origem, fazendo-me sentir bem naquela terra, naquela cidade, naquela amalgama desenfreada, na Lisboa que não entendo...

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Borat, o filme



Borat, um importante repórter da Televisão do Cazaquistão, é enviado aos Estados Unidos da América para fazer um documentário sobre o maior País do mundo. Antes da ida ao cinema não sabia em que linhas se cosia o filme, sempre julguei que se tratava duma paródia ao Cazaquistão, mas não, trata-se de uma humilhação à América. Gozando-dos através do seu ridiculo. O interprete consegue expôr os podres dos pseudo-civilizados. O fanatismo religioso, o racismo e outros defeitos tipicamente americanos. É um filme francamente inteligente, acutilante que chegou por vezes, a ser brilhante. Encarei a personagem e a narrativa não como comédia, mas sim como uma ironia engraçada... A verdade é que saí da sala com um sorriso estampado...
Livro: A Condessa Sanguinária



Nascida em 1560 era considerada uma das mulheres mais belas da altura. Poderia ser, mas a sua aparência exterior não revelava muito da sua aparência interior.
Elizabeth era uma sanguinária por natureza e há quem diga que assim o era devido a traumas de infância (o autor deste texto não conseguiu apurar a veracidade desta afirmação).
Casou muito nova, apenas com o conde Ferencz Nadasdy de quem teve três filhos.
O conde era uma guerreiro conhecido e respeitado e como tal estava constantemente em guerras fora do seu castelo e da sua terra.
Aproveitando tal facto e talvez por se sentir sozinha, Elizabeth começou então a buscar prazeres noutros lados.
As influências foram surgindo da parte da sua tia, uma lésbica muito conhecida na altura e a partir daí, Elizabeth começou a partilhar o mesmo gosto por esse tipo de aventuras. Participava em várias orgias organizadas pela sua tia.
Recebeu também muitas influências da parte de criados seus que praticavam as artes da magia negra.


Não preciso justificar o meu entusiasmo por esta personagem histórica, a 'princesa' da Transilvânia. A parte inicial do livro torna-se um pouco chata, muito biográfica, focando as suas ramificações familiares, descendências, ascendências e um fartazote de outras coisas mais... A meio do livro, onde eu vou, começam os relatos das barbaridades levadas a cabo por esta mente sedenta de sangue, idealista da beleza eterna...
Batendo o pé ao Mr. Danger



É com um misto de orgulho e preocupação que leio o resultado eleitoral do país que teve o desprazer de me ver nascer. A Venezuela, que é também um (ou até mesmo o principal) opositor dos Estados Unidos da América, viu-me nascer, tratando logo da minha extradição por razões de segurança nacional e de higiene pública...

You are a donkey, Mr. Danger, you are a donkey, Mr. Bush Foi este o comentário feito por Hugo Chavez, presidente que após estas eleições prometeu alterar a lei eleitoral daquele país, de modo a que fique no poder até quando lhe apetecer, impedindo novas eleições.

Entretanto lá vai batendo o pé ao George W. Bush, apelidando-do de macaco, burro, diabo, bebado, ditador...

E assim vai o país onde nasci...

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Filme: Open Season



O Padrinho, segunda parte

No dia seguinte, na tarde de domingo ficou a promessa de levar a pequenita ao cinema. Promessa que se salvou no último minuto, a contas com um monumental atraso do Padrinho. O filme foi escolhido, e muito bem escolhido em função da Marisa, a afilhada desafortunada. Um filme de animação, daqueles hilariantes, que já não via desde o Ice Age.

A verdade é que me diverti mais do que a menina, esbracejei, ri, ronquei até o término do filme. O que se salvou desta tarde ventosa em tons de cinzento foi a promessa cumprida pelo Padrinho, para esse efeito vou ensaiar aqui um dialogo…

Padrinho – Então Marisa? Á quarta promessa é de vez. É não é?

A afilhada resignada responde timidamente, dando a resposta que o Padrinho queria ouvir.

Afilhada – É sim, Padrinho.
O Padrinho, parte I



O Padrinho, desta vez, numa história real e testemunhada em primeira-mão pelos meus esbugalhados olhinhos…Todos nós sabemos que os maus-tratos infantis são maus e criminosos, mas neste caso mais valia o Jorge (nome fictício) ter apunhalado a Marisa (nome fictício), sua afilhada. Ter-lhe infligido socos na cara e lhe ter partido uma perna ou duas, pelo menos desse modo as feridas iriam sarar com o passar do tempo.

Só que este padrinho usou de violência psicológica, brutalidade emocional, tortura mental na sua querida afilhada. Uma ida ao circo sem ver o… circo. Uma ida ao cinema, sem ver… filme… Uma promessa de ir ao MacDonald’s, petiscar um Happy Meal, e uma vez lá… a constatação de que este se encontrava fechado…

Nos olhos tristes da miúda era possível ver angústia e ensejo de vingança, por tão vil e hedionda atitude perpetrada pelo seu Padrinho. Uma criança traumatizada por um futuro ex-psicólogo, pois se continuar assim nenhum doente lhe baterá à porta, mas sim com a porta, repetida e continuamente para ver se ele tem o que merece. Dor, muita dor, é o que ele merece…
Ida ao Sr. Machado



A condição humana tem destas coisas, como verifiquei na noite de sexta-feira, em Braga. Uma tertúlia sobre diversos temas que preenchem a actualidade, que vão desde a questão do Aborto à eutanásia, passando pelo suicídio, planeamento familiar e chá com bolachinhas. A tertúlia teve lugar no CAFJEC bem no meio do centro históricos bracarense e teve como monólogo o acarinhado Padre Costa Pinto. Mas isto não interessa para nada…

Após ter exibido solene e publicamente o meu repúdio e indignação face à bebida mítica, servida no tasco do Sr. Machado, eis que lá voltei cheio de sede. Rápida e sequiosamente suguei aquele líquido através da palhinha. Deliciei-me com aquela mistela noji-doce e lambi as beiças. As pazes estavam feitas com o Samba.

O Samba perdoou-me, abençoou a minha pobre existência e prendou-me com o seu néctar viscoso que me faz sentir tão bem comigo mesmo e com tudo o que me rodeia…

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Banda sonora para ficar no sofá



Este fim de semana vai ser passado com as pantufas nos pés. Já tenho a banda sonora preparada. Ouvir música e olhar a chuva através da janela, a tomar um chá e a trincar umas bolachinhas.

Captain Beefheart - The Dust Blows
Yes - The Revealing Science of God
Paatos - Holding On
Tim Buckley - Song To The Siren
The Pogues - A Pair of Brown Eyes
Epica - Quietus
Genesis - The Cinema Show
Fleetwood Mac - I Know I'm Not Wrong
Rush - The Temples Of Syrinx
Carole King - So Far Away
Jarvis Cocker - Big Julie
The Misfits - Skulls
Thin Lizzy - Chinatown
Kings of Leon - Velvet Snow
Vixen - Edge Of A Broken Heart
Emerson, Lake & Palmer - Jerusalem
Peter Gabriel - Blood Of Eden
Throwing Muses - Fish
Whitesnake - Fool For Your Loving
Tracy Bonham - Naked
The Who - The Rock
Frank Zappa - Who Are the Brain Police
Type O Negative - Christian Woman
The Waitresses - I Know What Boys Like
Deep Purple - Perfect strangers
Cream - White Room
Van Halen - Poundcake
Zero 7 - Throw It All Away
Tool - Prison Sex
The Teardrop Explodes - Reward
Rolling Stones - Loving Cup
Therapy? - Diane
Nouvelle Vague - Dance With Me

32 músicas para me acalmar, para me aconchegar, para me levar... e trazer de volta, pois o fim de semana é efémero, não dura para sempre...
Maria Guinot - Silêncio e tanta gente



Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
Ou um grito
Que nasce em qualquer lugar

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um lugar onde não estou

Às vezes sou também
O tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar

Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou um grito
De um amor por acontecer

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou

(Maria Guinot, 1984)


A música portuguesa possui algumas pérolas que se foram perdendo ao longo dos tempos, este é um desses casos. Sempre que ouço esta música sinto um arrepio. Ela toca-me. Outrora marcou-me muito, imenso. Mexe com as minhas emoções, esta canção é um dos meus pontos fracos, desarma-me, deixa-me vulnerável...

para quem estiver interessado em assistir ao video, é só clicar aqui, a qualidade do mesmo não é lá muito recomendável, mas o que importa é a música, e esta quando é boa, nada mais importa, é intemporal...

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Sinto-me desconfortável com...



Inspirado no desafio colocado pela minha cara vizinha do universo inviolável da blogosfera - Manteiga Derretida - parei para pensar, não nas minhas manias, mas sim nas coisas que me deixam desconfortável. Embaraçado e sem qualquer reacção. No fundo tratam-se de manias, coisas minhas, sendo eu um ser maniento (esta é a segunda palavra que invento hoje) deixo aqui uma reduzida listagem, completamente aleatória, das coisas que me deixam desconfortável.

Diospiros
Acordar, seja a que hora for
Atacadores de acrílico
Ver-me sem barba
Parar para pensar na minha vida
Lisboa
O rasto do caracol
A acidez do ser humano
A educação dos extraterrestres
Viver a vida sem legendas
O acender de um míssil, para a guerra
Os adultos
O sótão da minha mente
A melancolia da saudade
Molhar os pés descalços
Não ter asas nem cauda…
Bichos com muitas patas
The Killers - Bones



Fantástico video clip realizado pelo mestre Tim Burton. Os The Killers são a minha banda fetiche, não me canso de falar deles, mas a verdade é que os gajos são mesmo bom. Conseguiram arrasar com este novo disco - Sam's Town - e foram capazes convencer o realizador Tim Burton (Eduardo Mãos de Tesoura, A Fábrica de Chocolate, Big Fish, A Noiva Cadáver) a produzir este belo video. Ouve e aprecia a qualidade destes gajos.

O vocalista Brandon Flowers ostenta um maravilhoso e enigmático bigode, particularidade que eu adoro, só que me limito apenas a adorar, pois a Eliana não me deixa andar de bigode, para grande infelicidade minha... Seria lindo, imaginar um mundo onde toda a gente se exibisse com um belo e farto bigode, por certo a nossa existência seria elevada ao mais alto nível de bom gosto e airosidade, se é que esta palavra existe!
Seven Samurai de Akira Kurosawa



Nesta jóia da coroa do cinema Japonês datada de 1954, o mestre Akira Kurosawa conta a história de uma aldeia em apuros que recruta sete samurais desempregados para a proteger de uma quadrilha de trinta e três saqueadores implacáveis. O filme combina filosofia e entretenimento, frágeis emoções humanas e empolgante acção. Com a participação da lendária estrela do Japão, Toshiro Mifune, Os Sete Samurais é um épico inspirado, um triunfo da arte e uma inesquecível aventura.
Adorei ver este filme, marcou-me imenso. É a magia do cinema, a forma como um filme não se perde no tempo, como um bom livro, a cada ano que passa enriquece, engrandece, é desta arte que eu gosto, a intemporal…
Toca a beber um copo, ou dois



Num qualquer dia desta semana, à noite, encontrava-me confortavelmente instalado no meu quarto, o telemóvel toca, e, do outro lado fala o Zé Jorge. Ele referiu a palavra Xiripiti e eu abanei a cabeça afirmativamente. Zé Jorge, o pândego, convidou-me para beber um copo, já que a sede seca as goelas. Demos ali duas de treta, com as nossas vozes roucas castigadas pelo frio do copo da bebida da casa. Para a mesa veio um pratinho de picadinho, pequenos pedaços de carne fofa acompanhada de engraçados e coloridos pickles. O empregado já nos conhece e vai enchendo os copos. Palito na azeitona, pão no molho, copo no bico. Conversa e desconversa. Um cigarro e outro…
Zé Jorge encontra Jesus...



Jesus, não o da Galileia, mas sim o das Caxinas engraçou com o Zé Jorge, deixando-o assustado, assaltando-o com mensagens, telefonemas e sms’s.

Para este tema investiguei na internet e descobri este site Jesus era Gay?

O maior argumento para se comprovar que a bíblia não condena o amor entre pessoas do mesmo sexo é o facto de Jesus Cristo nunca ter referido nenhuma palavra contra os homossexuais! Se a homossexualidade fosse uma coisa tão abominável, certamente que o Filho de Deus teria incluído esse tema na sua mensagem. O que Jesus condenou, sim, foi a dureza de coração, a intolerância dos fariseus hipócritas, a crueldade daqueles que esquecem da caridade e do respeito aos outros. (Mateus, 7:21)

E foi ele próprio quem deu o exemplo de tolerância em relação aos "desviados", andando e comendo com prostitutas e pecadores. E tem mais: Jesus Cristo mostrou-se particularmente aberto à homossexualidade, revelando carinhosa predilecção por João Evangelista, "o discípulo que Jesus amava". Há probabilidades de que Jesus fosse gay, pois além de nunca ter condenado o homo erotismo, conviveu predominantemente com companheiros do seu próprio género, manifestou particular predilecção pelo adolescente João e nunca se casou, além de revelar muita sensibilidade com as crianças e com os lírios do campo, comportamentos muito mais comuns entre homossexuais do que entre heterossexuais.

O que demonstra que Jesus era mesmo homossexual, que o diga o Zé Jorge…

Oportunamente desenvolverei este tema com pormenores sórdidos que chegam mesmo a roçar a divina chalaça, com a sua mãe na montra ao lado das pastilhas elásticas e das batatas fritas…

terça-feira, 21 de novembro de 2006

O Mapa dos Ossos de James Rollins



Estou entusiasmado com a história narrada nesta obra. Está repleta de acção e permite que, ao fim do dia, me esqueça da vidinha...

Um grupo de mercenários disfarçados de monges rouba as ossadas dos Reis Magos e extermina fiéis com hóstias envenenadas. Ao seguir a única pista deixada pelos assassinos, a equipa de Gray Pierce depara-se com um segredo sagrado há muito perdido e que irá colocar as chaves do mundo na mão do seu descobridor....

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Instrumento do sonho



O caleidoscópio permite observar, saborear e viver, bastando para isso rodá-lo. De cada ângulo, uma percepção diferente, uma nova visão do mundo. Um golpe de magia pura. Eu transformo-me num mágico, usando para tal a imaginação, onde me sinto criador de sonhos, habitante do universo da fantasia e plenamente realizado. E é neste Outono chuvoso em que me encontro que saboreio todo o esplendor criado pela simplicidade de um objecto criado pela Mi, que com botões e um rolo de papel de cozinha, obrou uma obra prima, revestida de esplendor e magia, que seduz e maravilha. O pequeno orifício por onde espreito permite-me encetar uma fuga, uma viagem sem espaço nem tempo. Sem lei e sem ponto de chegada. Viajo e isso basta. Chega para me preencher. Vidros coloridos numa superfície espelhada, será isso o caleidoscópio? Será apenas um brinquedo? Um engenho tosco? Nada disso, para o constatar temos de o rodar, de o fazer girar em toda a sua plenitude e de nos permitir a encetar um voo, através de belas imagens, geometricamente combinadas, coloridas em padrões que mudam a nossa percepção, que parecem nunca terminar, a cada volta, algo novo.

E assim passei a tarde de domingo, a viajar, a sonhar e a admirar o amarelo do sol escondido no cinzento das nuvens que preenchiam o céu azul. E ao longe, um arco iris. Gotas de chuva que timidamente me tocavam e um cheiro a castanhas assadas, vindo de um qualquer lugar, ali mesmo, e eu… tão longe.
Filme: Os Amantes Regulares



A narrativa baseia-se no Maio de 68. A revolução estudantil estava na rua, Paris estava repleta de tumultos. E é nessa altura que tem lugar uma história de amor na conturbada cidade luz.

A história é um bocado (grande) chata, lenta e provocou sonolência generalizada na sala. Era constante a desistência do público, que aos poucos abandonava o auditório. Ainda aguentei a primeira parte do filme, que durou uma hora e meia, após o intervalo optei pelo mais sensato: ir embora. Detesto abandonar filmes com estes ainda a meio, só que este era excessivamente longo e chato para aguentar outra hora e meia numa noite pastelenta de domingo. E lá fui eu a bocejar, rumo a casa, que amanhã seria segunda-feira…
Futebol à chuva



A chuva era constante e ritmada na freguesia de Pedome. Às cinco e meia da tarde tinha lugar mais um jogo de futebol. O Pedome contra uma equipa qualquer, não sei o nome, apenas me lembro da cor do equipamento: amarelo e verde. A chuva entranhava-se no meu impermeável, após o Zé Jorge me ter roubado o guarda-chuva. De cima para baixo ela respingava sem cessar, escondendo-se por momentos. O jogo foi ultra chato terminando num modesto 3-3. No fim do jogo nada melhor que o aconchego de um banho quente e do fato de treino da praxe. Haja paciência!

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Vou ver uma peça de teatro



A quem interessar hoje é a última apresentação da peça: Os Vendilhões do Templo. Da autoria do Teatro Universitário da Universidade do Minho. Toca a aparecer no Auditório Nobre aqui na UMinho em Guimarães pelas 21h30m. O preço da entrada fica-se pelos 2€ e é o último dia... Eu vou... Tá dito!

O "adepois" de assistir à peça...

Vi e gostei. A peça ofereceu uma base para a reflexão do consumismo, e do seu peso para a nossa felicidade.

No palco aparecem uns vendedores de inutilidades que se transformam em sonhos. Temos o caso do Aspira-a-dor que se transforma na Julie Andrews, que nos devolve a felicidade, que nos torna mais humanos, e que por uma astronómica quantia poderá ser nosso. A Bici-caneta, que nos permite andar de bicicleta e escrever ao mesmo tempo, e que, se atrelada a um avião permite voar e escrever no azul do céu. A Invenção da Roda pode também ser nossa, por um preço – tudo o que temos, e tudo o que viremos a ter. O Colchão que dá choques e que nos dilacera para que não desperdicemos tempo a dormir…

A narrativa ajusta-se ao modo de vida do ser humano, eterno insatisfeito e sempre com sede de mais; enquanto a sua sede de aquisição de inutilidades não é saciada, o seu descontentamento é inevitável, daí advêm as depressões e a ideia da infelicidade.
O tempo passa, a uva também...



Muitas milhas foram percorridas nesta viagem inter-espacial, que em vez de uns míseros segundos se aproxima surpreendente dos três anos-luz, num lugar comum onde o espaço temporal permanece há já muito tempo perdido na memória dos dois corpos estrelares, radiantes criando luz pisca-pisca. E foi dentro dessa geometria espacial que encontrei o ser que me bateu á porta. Ser esse que me faz sentir triste na sua ausência; o ser que me faz soltar um fio de baba; o ser que faz toar tambores surdos que me gritam aos ouvidos; o ser que me faz sentir tolo e acordado…

17 Memórias
17 Sorrisos
17 Beijos
17 Elefantes albinos
17 Canções
17 Pedras no mar
17 Lágrimas remelosas
17 Diospiros (com bicho)
17 Soluços
17 Berloques
17 Ilusões
17 Dias…

Dias que brincam, que se divertem, que são puros e recheados de outros dias que não acabam. Que nos aparecem e desaparecem, que nos escorregam das mãos e que se transformam em mais dias, que nos aprisionam num ciclo formado por dias que percorrem o tempo. Mas o tempo dos dias é escasso. Palavras percorrem o espaço dos dias que passam. As palavras esbatem o mundo, falam nos dias em que te vejo. Dezassete segundos, dezassete dias, dezassete meses, em que eu corro, em que dou a volta ao tempo. Tempo em que te conheci, tempo em que irá passar dezassete anos. 17 é o número que passa lentamente num segundo, que me faz andar dia sim, dia sim em busca da força interior que faz girar o meu mundo, que é teu, onde chove, onde algo me mexe profundamente, naquele dia 17, naquele olhar eu vi: este é o momento…
Misticismo e rituais: os pés que falam



A Ciência da Quiroprática Neurológica entrou ontem na minha vida pelas mãos da Íris. Fui surpreendido com a exactidão assustadora desta ciência que ajudou a desvendar os números que vão sair no euromilhões nesta semana. Testemunharam além de mim, a Sofia e a Diana, estupefactos com a destreza com que a mestre do oculto; a filosofa corporal; a artista da aura e a cientista da palma do pé Íris respondia às diversas questões levantadas.

O segredo estará na vibração das ondas libertadas pelo mau cheiro dos pés? A micose interfere com a aura?

Muitas questões se levantaram… e eu vou obter resposta… nem que me tenha de sujeitar ao tratamento… e logo eu que tenho uns pés muito mentirosos.
Pessoa pequena que me persegue



O que obtemos com a junção de uma criança (conhecida por Nuno) de dois anos e uma bota? A resposta será um olho negro, dependendo da força com que a bota é projectada. Embora de pequenas dimensões o puto já tem uma força invejável, pelo menos comparando com a minha, ele vence. Apesar de medir apenas um palmo e meio de ter começado a emitir as primeiras palavras, o traquina já me vence na argumentação. A minha sorte é a de que as minhas pernas correm mais que as dele, caso contrário já me teria dado uma sova, pelo menos há muito tempo que eu a merecia. O cabra da peste e a sua batalha contra a força invisível do penico azul e o seu gosto por arroz.

No meio de tudo isto, o que me preocupa é o facto de que ele é mais maturo do que eu…

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

João Broncas



Alvaro Vitali, mais conhecido entre nós pelo nome de João Broncas. Arranjei um filme dele, La Liceal que data de 1975. Esta personagem acompanhou o meu desenvolvimento como homem (com h pequeno). O seus filmes são comédias bastante inocentes para os padrões actuais, a nudez era o prato forte, sendo exibida de modo a aguçar o espectador. Cuecas ao leu, seios desnudados, mas nada relacionado com sexo explicito.

Lembro-me bem do impacto que esses filmes tinham em mim, a vontade com que os via. As saudades com que fiquei do tempo em que a inocência nos tornava alegremente estúpidos…

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Noite de consciencialização

Dediquei-me a assistir a dois documentarios que estavam em lista de espera, tanto um como o outro me marcaram imenso e me deixaram a pensar, e muito que pensar...

An Inconvenient Truth



Al Gore (para os mais esquecidos, relembro que este chegou a ser vice-presidente dos Estados Unidos, tendo sido derrotado nas eleições em 2000 contra o macaco do George W. Bush. Tendo mesmo ficado à frente na contagem, mas perdido na secretaria, numa eleição povoada pela dúvida e controvérsia)

Ele tem vindo a fazer palestras, não só nos Estados Unidos, mas também na Europa e Ásia, apresentando dados científicos sobre o escalar da crise climática, alertando para o aquecimento global, de uma forma clara, rigorosa e motivadora. Este documentário merece ser visto por toda a gente, quando digo toda, quero mesmo dizer toda! Devendo ser encarado como um argumento científico, político e moral para que o mundo acorde para a realidade.

Road to Guantanamo



Este documentário relata a detenção de três cidadãos britânicos, que ficaram dois anos em cativeiro na prisão norte americana na Baía de Guantanamo (Cuba) onde se viram privados dos seus direitos, liberdades, e onde foram torturados e duramente humilhados sem quaisquer acusações.

Foram acusados de pertencer a grupos terroristas afegãos sem quaisquer provas ou indicios.

Mostra a vergonha que os exércitos das nações livres lá foram exibir. Admito que fiquei com um pó ainda maior em relação à política norte-americana...

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Numa viagem de rotina ao genial site http://portalpimba.blogspot.com/ dei de caras com mais um ícone do bem cantar em Portugal.

Nesta brilhante canção, a artista refere sem cessar a sua solidão face a um amor perdido no tempo e no espaço, aqui fica um cheirinho da letra:

Solidão às vezes faz bem...
Meu amor, tenho saudades de te ter aqui
não te amo desde que parti
Meu amor, tenho saudades de te ter aqui


Neste videoclip recheado com tudo o que a tecnologia moderna permite, chega mesmo a roçar o estilo futurista, nomeadamente no close up que aparece quando a interprete se faz transportar numa pista de carrinhos de choque na companhia do seu amor. À beira rio, ou no bosque, possivelmente em busca dessa mesma apregoada solidão...

Fiquem com a doce Erika, e com o seu fantástico tema - Solidão...

A viagem de regresso a casa



Na decadência do amanhecer de domingo, quatro seres humanóides; uma epopeia digna de figurar na capa do 24Horas. Cantares ao desafio e ranchos folclóricos. Emoção e aberração, medo e alegria, perseguidos por uma aura embriagada. Um calmo e sóbrio, os outros três eufóricos e sem medo de penetrar nas portas do inferno. Deveria ser o destino daquele carro, o Inferno e a penitência eterna, aquelas quatro pobres almas pecadoras. O Mogambilio, o Zé, o Jorge e o Bolas, prevaricadores, almas penadas e bem regadas a percorrer na auto-estrada rumo ao degredo, à repatriação, no regresso a casa.
O voo através das faixas de rodagem tempestuosas levava-os direitos a uma pastelaria, dado o objectivo primordial de comerem algo que aconchegasse os seus espíritos amaldiçoados por uma larica avassaladora. Anões e velhinhas a atravessarem na passadeira, pássaros a atingir a viatura com cagadelas estrategicamente disparadas. Um pequeno-almoço em que o Jorge levou mais de uma hora a mastigar um croissant com fiambre, naquele ambiente enfadonho tudo os incomodava, e tudo se sentia incomodado. Pessoas acabadas de acordar, pessoas que ainda não tinham ido à cama, uma mistura explosiva e inconciliável…
Publicidade enganosa ou pedofilia?



A expressão sexo com menores é demasiado genérica, e engloba uma série de situações, pelo menos foi o que li na internet. Na presente história vou omitir a identidade dos intervenientes, dando-lhes nomes fictícios de José, um poderá ser Jorge e o outro Manuel. Ambos agiram de modo libidinoso, ignorando a idade da vítima, que seguramente aparentava ter mais de 18 anos. Neste caso a publicidade era nitidamente enganosa, a embalagem não correspondia ao produto. No mesmo site li que o simples desejo sexual já caracteriza a pedofilia. Vou-lhe atribuir o nome fictício de Maria da Graça, e o suposto crime ocorreu num lugar também fictício, a qual chamarei de Fojo. A idade da vitima corresponde a uns catorze anos de idade, e o inferno espera, de portas escancaradas… E Jesus lá no meio, pecando por ter omitido a idade da jovem por que se fazia acompanhar...

Obviamente que eu, seguro da minha inocência me imiscuo de toda esta história, a minha participação é a de um mero narrador que esteve à margem das blasfémias cometidas nesta noite de S. Martinho…
As castanhas do Senhor



Entro no carro e sigo até Fão, um trajecto agradável pela madrugada fora ao encontro das castanhas que por mim esperavam. Conduzia na noite fria e bela, mordendo o lábio e a ganhar apetite para o Magusto. O Fojo esperava por mim, e eu chamava por ele. As castanhas gritavam o meu nome. Uma vez chegado ao Fojo, a comunhão com gente embriagada, cantando e disparatando, um cenário constante e maravilhoso, um grupo de mongos a deliciarem-se com castanhas e com o sabor natural do vinho martelado.
Foi-me anunciado que Jesus (himself) e o Cristo (Zé Jorge) me estavam a assar as ditas. Fiquei de imediato curioso com tamanha honra. Vindo depois a descobrir que se tratava de um outro Jesus, não o da Galileia, mas sim o das Caxinas. Não o carpinteiro, mas sim o pescador…
A manhã raiva através da janela, a luz penetrava no recinto, eram já horas de regressar, abençoados por Jesus… não o Messias, mas o assador de castanhas…

Jesus discursou sobre as diversas características atribuídas pela sociedade às diversas técnicas de masturbação, desde pontos razoavelmente consensuais até opiniões que foram tidas como anormais, envolvendo meias ou que, após o advento da execução da hedionda prática, desencadearam o surgimento de uma nova discussão, desta feita relacionada com práticas sexuais, castanhas assadas ou cerimónias religiosas na Póvoa do Varzim...
Tarde de futebol



O jogo deste fim de semana realizou-se em Landim, onde o Pedome defrontou o M.A.L e saíu de lá derrotado por 4-2. O jogo foi bastante chato, não tendo havido violência, e o número de impropérios lançados pelos adeptos foi reduzido. A tarde estava solarenga e convidativa, mas o futebol jogado foi de uma notória falta de qualidade, tendo em conta de que se tratam das duas equipas mais competitivas do campeonato.
Alien, mais um regresso



A lua olhava-me, suspensa, lá de cima. As nuvens discretas disfarçavam o estrelar do céu. Seguia viagem, divagando pela estrada, saboreando a noite fresca e iluminada, como tantas outras, a música que tocava fazia-me viajar na mente, cortando a monotonia da solidão no asfalto. Chegado ao destino, vislumbrei a chegada a sua embarcação espacial, de semblante brilhante e luzes coloridas intermitentes, vinha airosa e cansada da longa viagem. Senti um arrepio, e outro, mas logo me recompus, pois o tal ser também me esperava. Seria coincidência, obra do acaso ou este encontro estaria previamente combinado? Não sei dizer de minha justiça, direi apenas que estava predestinado a acontecer. Pressenti a sua chegada quando ela me bateu suavemente na janela.

Abri a porta e deixei-a entrar, segui viagem, transportando-a até ao seu destino, à sua dimensão paralela entre Lisboa e Santo Tirso, passando por Famalicão. Ela sorria, aquele sorriso que me seduziu, durante um fim-de-semana preenchido e momentos únicos em que apeteceu a loucura, uma fuga a dois encetada a este mundo vazio de fantasias. A esta tua vinda rejubilei (e depilei) mas não desmoronei, dei por mim fortalecido… E mais uma vez partiste, na tua nave, rumo a uma qualquer galáxia perdida na mouraria… O fulgor da tua partida, um dia regressarás, voando no cimo da tua nuvem e retomarás o teu lugar, o lugar que procuro…

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

O cheirinho a Outono



O seu cheiro característico, tipicamente desta altura do ano, desperta em mim sensações variadas que vão desde a nostalgia, à água na boca e muito vinho no bucho. Quentes e saborosas, as castanhas. As primeiras deste ano foram cozidas, e que bem me fizeram. Com a chegada do muito anunciado outono, que consigo costuma trazer nuvens, nas quais o sol se esconde; o frio que se entranha em nós, para não falar do encolher dos dias... o conforto do calor ao assar, cozidas, assadas e até mesmo cruas...

“No dia de S. Martinho
Rabusca o teu soitinho
Faz o teu magustinho
Encerta o teu pipinho”