segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

O palco da Mogambilia



Neste fim-de-semana fui em missão de reconhecimento à mouraria. Com o objectivo de estudar a sua triste realidade. Desloquei-me movido pela curiosidade de observar uma população em vias de desenvolvimento.

Esta visita incluiu uma ida ao teatro, onde estreava a peça 100 ideias, um espectáculo com legendas, no qual participou a Mogambília. Ok, eu confesso que esse foi o motivo primordial da minha modesta incursão além Douro…

Uma peça sem falas, sem diálogos. Apenas e só o som, que me tocou nos sentidos, vencendo a longa distância entre os actores e eu, criando no entanto, uma enorme barreira invisível. Nascendo em mim sensações diversas, fazendo-me sonhar, comover, sorrir. Dominando-me durante o tempo da actuação. Levando os meus sentidos a acordar. Cheirar. Ver. Sentir. Ouvir. Saborear. E o tempo da peça passou, passou e deixou-me a pensar, a ver, em busca de um sentido. De olhos sempre empenhados na actuação da Mogambília, que pela primeira vez se estreia em palco, com os olhos expostos a uma multidão atenta. Tudo o que queria ali, era um comando, para que pudesse voltar atrás, sempre que quisesse, sempre que me apetecesse, para depois, puxar à frente, e gravar, para que mais tarde visionasse aquele momento em que senti uma profunda alegria. Um puro sentimento de orgulho.

Parabéns Eliana, a artista do norte, numa terra de mouros. Onde representas também o papel de guardiã dos costumes minhotos, o profundo orgulho nortenho.