segunda-feira, 29 de maio de 2006

O Taxista simpático



Chegados a Sete Rios não tivemos paciência para transportar os sacos até à paragem de autocarros. Esticamos a mão e logo de imediato um senhor simpático parou o seu táxi na nossa frente. O interior daquele Mercedes tingido em tons de bege estava agradável e deu inicio à marcha, tendo como destino o Campo Grande. A viagem corria bem, até que o senhor simpático (notem que digo senhor simpático num sentido irónico) tentou-se atravessar na frente de todos os outros carros, ele virava para a esquerda, ele virava para a direita, com se fosse o dono daquelas estradas. Buzinando a torto e a direito, recebendo buzinadelas por tudo e por nada. E melhor que tudo, insultando toda a gente, exceptuando eu e a Mogambília que, aterrados de morte nos agarrávamos um ao outro, num gesto de desespero e instinto de sobrevivência. O rol de insultos ia-se desenrolando, dos quais darei um modesto exemplo: A via em que o carro seguia encontrou um obstáculo, o taxista nem hesitou, com uma guinada decidida mudou de faixa, ignorando por completa uma jovem que lá circulava. Com o susto e na iminência de um acidente a jovem buzinou, mostrando desse modo irritação perante a atitude do taxista. Ele não tem mais nada, abre a janela, deita a cabeça de fora e grunhe as seguintes palavras:

- Minha cadela, ou te calas ou parto-te essa boca. Granda filha da puta!

Por fim chegamos ao destino, em pânico saímos da viatura e despedimo-nos a medo do simpático motorista…