sexta-feira, 12 de maio de 2006

Esta noite sonhei que vivia num obelisco



Vá-se lá saber porquê, esta noite sonhei com um obelisco gigante. Que chegava ao Egipto numa embarcação nórdica, um daqueles barcos que partiam da Escandinávia, há muito tempo que os guerreiros vikings, barbudos e malcheirosos ocupam um lugar de destaque no meu imaginário. Bem sei que os vikings nunca andaram pelo Egipto, mas sonhos são sonhos, não respeitam regras. Andava eu mais cinco tripulantes, eu era o comandante da embarcação, um barco de médias dimensões, que era usado na pesca do atum. Após passar por muitas provações e perigos dou por mim no Egipto, rodeado de gatos e areia. Gajos a andar de perfil e jovens airosas com abanadeiras tratando-me como se fosse um rei ou algo parecido. Eu trazia atum, o produto que eles tanto desejavam. Troquei atum por jóias e preciosidades. O clima era muito seco e quente, mas lá me habituei. Lavei-me no Nilo, nu, rodeado de escorpiões e crocodilos enquanto contemplava os templos e as pirâmides. Adorei a comida local que era baseada em batatas fritas e panados de frango, peito de peru e costeletas de porco. Adorei aquele local, optei por lá viver.

Andei em busca de casa até encontrar um obelisco como novo, duas assoalhadas com garagem. A sua forma de agulha como que perfurava as nuvens, dispersando as energias negativas. O problema é que era muito alto e não tinha elevador, teria então de subir 678 degraus, o que correspondia a trinta e oito metros de altura, coisa pouca, pois na altura eu era um guerreiro destemido. Aluguei então o obelisco por quinhentas libras egípcias.

Comprei uma carrinha de caixa aberta e andei a vender atum pelas ruas de Karnak. Aluguei também uma pequena pirâmide no centro da cidade para servir de armazém para guardar o atum. A pirâmide era diariamente assaltada pelos gatos, que se sentiam atraídos pelo cheiro a peixe.

Quando já estava integrado naquela comunidade, era convidado para bailes e festas, chegando a conhecer uma jovem simpática, perfumada e sedutora (a imagem típica das egípcias, conhecidas pela sua arte de seduzir). Dirijo-me com ela para a zona dos banhos, ela esfrega-me com óleos e cria-se um ambiente de tensão sexual. O despertador toca, já são oito horas. Merda. Horas de acordar….