terça-feira, 18 de abril de 2006

Eternal Sunshine of the Spotless Mind



Não fosse Charlie Kauffman um dos mais espectaculares argumentistas da actualidade e este filme passaria despercebido por completo. Mas é a sua genialidade apoiada numa mão cheia de soberbas interpretações que fazem deste filme um dos mais belos dos últimos anos. A sério! O filme é um hino ao amor ou uma sinfonia ao ser humano enquanto individuo imperfeito. Sim porque, como sempre, Charlie Kauffman preferiu escrever sobre pessoas vulgares, cheias das imperfeições do dia a dia, em vez de versar na habitual ladainha dos bons contra os maus, os perfeitos e os imperfeitos. Como na vida aqui não há nada disso. Há pessoas que estão desorientadas, perdidas, que precisam de uma bussola. E quando nenhuma lhes surge diante dos olhos preferem apagar tudo a digerir os momentos menos bons da sua vida, as estórias infelizes, os momentos que nunca deviam ter existido... Saí da sala comovido, com uma lágrima solta no canto do olho.