quinta-feira, 18 de outubro de 2007

O rabo alapado na carpete da sala!

Comichão na nalga esquerda, cotão no umbigo e uma das orelhas a latejar, como traduzir isto? É bastante simples! Casa nova, não do Casanova galanteador debochado e emancipado que arrebatava as senhoras incautas! Não o Casanova que se pavoneava pelos bordéis londrinos em busca de rameiras. Falo sim da minha casa nova! Algo entre uma roulotte e uma barraca, escondida atrás de um bosque imenso rodeado por monstros.

Já vou na segunda noite na minha residência oficial, para trás ficou a saudosa casa dos papás, arrastando o cordão umbilical para um novo mundo, recheado de mistérios a desbravar! Indagações profundas relacionadas com fronhas, lençóis, máquinas de lavar, apliques diversos e artigos que preenchem o armário da casa de banho.

O que me veio salvar deste desterro auto imposto foi um velho rádio de ondas curtas, esta maravilha permite-me ouvir emissões radiofónicas transmitidas além-fronteiras, nada como ouvir uma emissora chinesa para depois rodar o botão e encontrar uma outra em russo ou mesmo em árabe enquanto preparo o jantar.



Só me senti realmente em casa quando entranhei o dvd do Justiceiro na ranhura e me arrebatei com as façanhas e adversidades do Michael Knight e do seu amigo Kitt. Os anos oitenta passaram por ali, os quilos de laca, os efeitos especiais assombrosos, e o carro que fala! A carpete serviu de amparo ao nalguedo, protegendo-o da tijoleira fria, enquanto arregalava o olho à medida que a acção se desenrolava, esperando a todo o momento a famosa frase imortalizada na tradução brasileira da Herbert Richers: Kitt, venha me pegar!