quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Chave na mão! Será que cresci?



A minha vontade seria a de dizer bem alto estas palavras: marafona que esbarrigou! O mesmo que dizer: meretriz que desovou, ou até mesmo: rameira que expeliu, para não dizer puta que pariu (bem alto). Enfim, tudo isto proclamado num tom sério de desabafo. É incrível o peso que uma chave pode ter, não o peso da própria chave, mas o que ela representa: a minha casa, o que será o mesmo que atirar para longe os tempos luzidios do pagode, renegando a minha criancice e deixar-me entrar na idade adulta, ou lá o que isso seja.

E isto tem-me esfalfado o tino, num movimento cíclico, numa sequência estancada num exercício ágil e pateta que resulta num nó no cérebro, contraindo os intestinos e inchado as orelhas, bem como provocando arrepios na pélvis.

Mas o que mais me importuna é o caso de nunca mais poder fazer esta pergunta: Ó mãe? O que é o almoço?