quarta-feira, 4 de julho de 2007

Jantar ultra-romântico na mouraria



Ou - Jantar a dois na presença de uma terceira pessoa, presença essa que se manifestou no olhar incisivo do Fernando Maurício, que daquela moldura, nos observava melancolicamente distante. Bigode másculo, e vida preenchida, como nos contou o simpático dono do estabelecimento. Um pequeno restaurante 'acima da baixa' lisboeta, onde se comeu com excelência, um restaurante onde Fernando Maurício paira com uma aura mística e transcendente. Grande fadista, que ali, naquelas ruas cresceu e onde se tornou num dos mais famosos guitarristas do nosso fado.

Jantar ao som de clássicos do Emanuel, tais como: Cada vez que um filho nasce, Minha querida noiva, Amor entre os amores, Esta declaração de amor. A par de clássicos do Roberto Carlos e o inevitável Nelson Ned.

Enquanto trincávamos a refeição íamos engolindo em seco, petrificados com as belas canções que ecoavam pelos ares, com medo do empregado que de cinco em cinco minutos nos perguntava se a comida estava boa. Medo da foto do Fernando Maurício que nos olhava lá de cima. Mesmo assim adorei o local, todo aquele ambiente típico, tradicional e acolhedor. Peço é que mudem a cassete, porque jantar a dois ao som de Cada vez que um filho nasce não é lá muito bom para a digestão.