segunda-feira, 9 de julho de 2007

Viagem feita à parva, montanha acima



O Ricardo aparece para tomar café, e na sua posse, uma bela Ford Transit. Logo ali ficou agendada uma viagem exploratória para os lados do Gerês. Poucas coisas são tão saborosas como uma viagem de amigos, uma coisa de homens, onde podemos agir naturalmente, feios e porcos! E esta foi mais uma experiência em que partilhamos coisas de gajos, dando valentes pontapés no tédio e gozando a vida na condição de machos, de pêlo ao vento.
A carrinha, velha e rude serviu na perfeição, acomodamos o vinho na imponente bagageira e lá fomos nós, rumo à natureza, em busca de ursos e gaivotas nas verdejantes montanhas do Gerês.
Parvos e sorridentes demos inicia à viagem, desatentos à paisagem circundante, contemplando o ruminar das vacas e admirando a ausência de ursos.
Parecíamos ciganos, com a língua de fora, ondulando com o vento, a conversarmos sobre coisas inconsequentes, e uma ou outra vez sobre coisas verdadeiramente importantes, tais como a já referida ausência de ursos no Gerês, sobre o melhor método para refrescar o vinho uma vez chegados ao destino e principalmente sobre parvoíces.


(da esquerda para a direita: eu, o Jorge, o Pedro e o Ricardo)

Os quatros, para os quais darei nomes fictícios eram: Eu, o Jorge, o Pedro e o Ricardo. Estupidamente acordei encharcado em suor, acabando de sonhar que tinha sido criado num ninho de pardalecos mutantes, vestígios da noite anterior, que havia sido pesada. Nós os quatro na carrinha, como se fossemos guerrilheiros colombianos, ciganos feirantes ou mesmo até fugitivos da ira de um qualquer dono de uma cerejeira.