segunda-feira, 7 de maio de 2007

Saltitando de penedo em penedo na porra da natureza



A comunhão com a natureza faz-nos atingir um estado de espírito em nada comparado com o de ficar com o dedo preso numa porta, ou partir uma perna. Deixa-nos extasiados, admirados e com a alma preenchida. O Gerês com as suas cascatas, com o seu verde, com a sua paz leva-nos a imaginar, sonhar, a respirar o amor, eleva a nossa existência. Mas tudo isto se torna numa grande treta passados uns dez minutos, os insectos que se colam no nosso suor, as teias de aranha que se prendem nos dentes, as cobras que se fazem aparecer no meio do caminho olhando-nos com um tom pouco convidativo e a fazerem tsss tsss com a língua. As caminhadas intermináveis, os sapos que deambulam pela vegetação, o telemóvel sem rede que mais tarde não hesita em se atirar na água fria e corrente. O cansaço nas pernas… Adoro a natureza, mas na televisão, recostado no sofá a ver a saga das caçadas dos tigres, o cio das girafas, isso sim é muito giro, agora no que respeita a descer escarpas para depois as voltar a subir… Ui ui, está quieto.

Para mais com a ideia do Jorge de lá voltar e pernoitar, levando connosco a Arca da Aliança também conhecida por Caixa de Pandora, que é nada mais, nada menos a invólucro da vinhaça.